4:48 - Capítulo 6.2
(*conteúdo sensível: suicídio e morte)
Quando o dia seguinte raiou, os olhos de Su Qingyan estavam vermelhos. Os professores, no escritório, ficaram preocupados. Rapidamente, perguntaram a ele o que aconteceu na noite passada. Su Qingyan só sorriu e disse que assistiu a um filme triste.
Su Qingyan não tinha nada com o que se preocupar no período da manhã, afinal, desde que a hora para sua morte estava marcada para às 4 horas da tarde, mesmo que provocasse, não seria antecipada. À tarde, se tornou mais e mais assustado e começou a suar frio. Embora Zero sempre o encorajou para que não ficasse nervoso demais, Su Qingyan ainda não se sentia aliviado. Quando um colega viu que ele parecia desconfortável, aconselharam a ir à sala de descanso. Ele concordou.
Às 4:30 da tarde, Su Qingyan estava pronto para ir para casa.
Quando passou pelo prédio de ensino, descobriu que o prédio estava cheio de pessoas no andar de baixo e olhou para cima. Levantou a cabeça, mas não podia ver nada, puxou uma estudante de lado e perguntou o que acontecia.
“Alguém quer pular! A garota exclamou.
Pular? Su Qingyan mais uma vez levantou a cabeça e observou por um momento. Só então ele viu que havia alguém em pé, no telhado, e que olhava para baixo de vez em quando.
“Você ligou para o Corpo de Bombeiros?” ele perguntou.
“Já foi feito”
“E onde estão?”
“Devem estar a caminho, mas tenho medo de que não…”
A pessoa lá em cima pode pular a qualquer momento e o caminhão dos bombeiros estava preso no caminho. Su Qingyan cerrou os dentes e não sabia o que fazer. Sabe que não deve se envolver neste assunto agora, mas ele é um professor. Não deveria ficar olhando alguém que quer pular.
[Qingyan, você quer salvá-lo?] perguntou Zero.
Sim.
[Mas você…]
Eu não posso assistir alguém morrer.
“Eu vou dar uma olhada”, Su Qingyan disse aos alunos ao seu redor. Os estudantes conheciam o Professor Su e souberam que poderia ser uma maneira de ajudá-lo.
Não há elevador no prédio de ensino e ele correu para o sexto andar. Quando chegou no telhado, estava tão cansado que parecia que ia morrer.
Às 4:44 Su Qingyan abriu a porta para o telhado.
Viu um homem parado não muito longe. Estava de costas e parecia mais alto do que ele. Não conseguia ver o seu rosto. Su Qingyan não se atreveria a agir precipitadamente na frente daqueles que queriam cometer suicídio, ele sabia. Só ousou se aproximar.
Às 4:45 Su Qingyan abordou a outra parte. De repente, o homem se virou e olhou para ele.
Seu rosto é muito bonito, é um rosto muito familiar. Su Qingyan não conseguia se lembrar onde o viu.
“O que você está fazendo aqui?”. O homem ficou surpreso com a repentina aparição de Su Qingyan.
“Você, você, por favor, se acalme. Eu, eu, eu só quero te persuadir não fazer uma besteira”. Su Qingyan acenou para o homem na frente dele.
[Qingyan, Qingyan, nada bom, nada bom]
O que há de errado?
[Ele é He Shu]
Su Qingyan nunca esperava que o homem ali seria He Shu. Teve que lamentar como o mundo era pequeno. Não entendia porque He Shu queria isso. No entanto, é impossível para ele fugir agora. Só pode tentar acalmar o homem para não fazer uma estupidez.
“Podemos conversar?”. Su Qingyan queria tentar ganhar tempo ao conversar com He Shu.
“Eu não te conheço, não temos nada para conversar”. O outro não queria dar a ele nenhuma chance.
4:46.
“Acalme-se. Só quero falar com você. Só quero saber por que você quer pular do prédio”. Su Qingyan deliberadamente diminuiu o ritmo e lentamente se aproximava de He Shu.
“Por que eu deveria te contar?”
“Eu acho que você tem uma vida maravilhosa. Você realmente não deveria fazer isso”
“Não é da sua conta”
“A vida é preciosa e mesmo que você não pense por si mesmo, deve considerar as pessoas ao seu redor e aqueles que se preocupam com você”. Su Qingyan estava cada vez mais perto e He Shu percebeu isso.
“Cale a boca! Não venha!”
Às 4:47 He Shu estava na beira do telhado.
“Cale a boca! Não fale!”
“Acalme-se”. Su Qingyan viu He Shu parado na beira do telhado e de repente entrou em pânico. Ele viu o pé de He Shu se movendo para trás rapidamente, pairando no ar.
“Tenha cuidado!” Su Qingyan não se importava mais, ele correu para frente e abraçou o corpo de He Shu, tentando segurá-lo.
“Porra!”. No segundo seguinte, Su Qingyan sentiu que o mundo estava de cabeça para baixo. Ele segurou He Shu e os dois mudaram de posição. Ele só se sentiu instável quando eles caíram.
[Qingyan!] ele ouviu Zero chamando ele.
Às 4:48, o professor da escola X, infelizmente, caiu do último andar, quando resgatava um homem que pulou do prédio. Ele morreu no local.
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Nota desta Humilde Eu tradutora PtBr
A palavra ‘suicídio’ deve ter aparecido nesta última parte pelo menos umas dez vezes; eu deliberadamente fiz adaptações para reduzir a aparição dela e, consequentemente, qualquer gatilho ou desconforto.
Espero que entendam.