A Tooth for a Tooth - Capítulo 13
À noite, Jiang Heng trouxe frutas coloridas, como uvas, maçãs, laranjas e carambolas.
Xu QingNuo sorriu.
O homem olhou para o avental que usava e riu: “Está me seduzindo com esse uniforme? Seria bom se fosse apenas o avental. Há muitas roupas desnecessárias por baixo”.
Xu QingNuo deu ao outro um olhar vazio: “Troque os sapatos e entre”.
Jiang Heng olhou para um par de chinelos na sapateira e para os pés do outro. Eram do mesmo tipo, mas em cores diferentes: “Qual par devo usar?”
Um par para convidados foi casualmente jogado no chão.
Estava cozinhando sua especialidade, quatro pratos e uma sopa.
O homem disse com admiração: “Uau, especialista na cozinha. Pode se casar—”
“Porque fala tanto? Coma”. Xu QingNuo sorriu e entregou os pauzinhos.
Pegando uma fatia de barriga de porco, Jiang Heng fez um sinal de positivo: “Está uma delícia”. Mostrou respeito e comeu tudo em seu prato.
Depois do jantar, se ofereceu para lavar a louça.
Xu QingNuo olhou para a mesa bagunçada: “Não precisa, faço isso amanhã”.
“Oh”.
O outro não perguntou os motivos, tocou seu estômago e sentou-se no sofá para assistir TV.
Xu QingNuo lavou dois grandes cachos de uva e colocou na mesa de centro. Estavam comendo e assistindo juntos. Nos hotéis, sempre assistiam juntos a TV depois de tudo. Geralmente programas noturnos de entrevistas ou novelas dramáticas.
No entanto, a atmosfera era completamente diferente de antes. Era assustadoramente aconchegante.
Xu QingNuo achou isso estranho. Não sabia o porquê, mas mesmo quando eles não diziam uma só palavra, não se sentiam constrangidos ou desconfortáveis quando estavam juntos.
O episódio da novela com sangue de cachorro acabou. Após a música de encerramento, o homem virou seu olhar para Xu QingNuo: “As uvas estão doces?”
“Hum”. O outro acenou com a cabeça.
Uvas eram suas frutas favoritas.
“Deixe-me experimentar”.
Quando Xu QingNuo colocou algumas em sua boca, Jiang Heng se inclinou e o pressionou no sofá, dando um beijo em sua boca. Depois de se beijarem por um longo tempo, o homem se levantou e cuspiu as cascas: “São realmente muito doces”.
Ele carregou o outro para cima, direto para o quarto.
Saber que faria sexo com outro no quarto que pertencia a ele e a Mai Yao, deixou Xu QingNuo com sentimentos complicados.
Quando Jiang Heng apagou as luzes, ele não pode deixar de chorar.
Deixou com que Mai Yao caísse, degrau por degrau, na dor e no sofrimento. Estava prestes a dar um golpe final bem mais pesado, mas de repente, se cansou de tudo aquilo. Estava tão desacreditado de si mesmo, por ser tão vingativo e torto em seu coração.
Jiang Heng não falou. Ele não fez nada, exceto segurá-lo em seus braços e beijar seus olhos chorosos.
Seus movimentos eram tão suaves e cuidadosos, como se Xu QingNuo fosse uma boneca de porcelana, que poderia ser quebrada ao toque.
De repente, entendeu que Jiang Heng sabia de tudo.
Sabia que seus sentimentos estavam feridos.
Também sabia que o estava usando.
Porque foi tão gentil com ele?
Porque não se importou em seu usado?
O que pensa realmente dele?
Xu QingNuo não tinha energia para pensar sobre os incontáveis porquês circulando em sua mente e adormeceu no beijo gentil de Jiang Heng.
Em seus sonhos, voltou para seus pais.
Os três estavam novamente na praia.
O céu estava tão brilhante e o mar estava tão azul.
Tirou os sapatos, abriu os braços, riu e gritou, correndo para o mar. A brisa do mar e a água estavam tão confortáveis. Olhou para trás e viu seus pais sentados na praia, sorrindo e acenando para ele.
Jiang Heng já havia saído quando acordou no dia seguinte.
Exatamente como Xu QingNuo esperava, Mai Yao havia voltado mais cedo de sua viagem de negócios. Estava sentado no sofá, fumando e olhando friamente para os pratos sujos na mesa.
Xu QingNuo encostou-se na porta e olhou para ele em silêncio.
Os olhos de Mai Yao estavam vermelhos e sua voz um pouco embargada: “Sei que você tem alguém…”
O olhar do outro era calmo.
“Descobri há muito tempo, mas não te contei, esperando estar errado. Mesmo tendo visto vocês juntos mais tarde, disse para mim mesmo que você estava apenas confuso por um tempo. Contanto que você ainda me ame, não me importa o que você faça, eu vou te perdoar… nunca pense que você o traria para casa”. Mai Yao correr e agarrou seus ombros com uma expressão dolorosa no rosto: “Xu QingNuo, diga-me: porque está fazendo isso comigo?”
Se fosse na noite anterior, vendo seu companheiro assim, ele se sentiria muito vingativo, mas agora, Xu QingNuo não sentia mais nada.
Há um ditado que diz: o oposto do amor não é o ódio, é a indiferença – que ótimas palavras.
Saindo das mãos do outro, Xu QingNuo voltou para o quarto e vestiu uma jaqueta. Pegou uma mala já pronta e sob o olhar chocado do outro, caminhou para o corredor para calçar seus sapatos.
“Estou apenas retribuindo”.
Você me amou, mas perfurou meu coração com um punhal.
Acabei de apunhalar seu coração com um punhal, atingindo a mesma profundidade.
Estamos quites.
Acabou.