Cold Sands: Beyond the Frore Dunes - Capítulo 44 - Extra III - Encontro oportuno
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O terceiro mês lunar do sexto ano de Xian Qing. A primavera se aproximava e o tempo estava suave. Era o dia de Shang Si, de acordo com o calendário lunar.
O que deveria ter brincadeiras ao sol brilhante e comidas nos gramados verdes estonteantes, criatividade fluindo com poesia e conversas leves, na verdade teve profunda quietude envolvendo o Palácio neste ano.
Rumores sinistros se espalharam pelo Palácio imperial. As dores de cabeça do Imperador tinham piorado desde o inverno, a ponto de ele não conseguir ver nem pensar mais direito. Era possível sentir um ar de ansiedade em toda a capital. Todos, da elite aos nobres, tanto os plebeus, prendiam suas respirações ao olharem para a casa imperial.
O médico deu um diagnóstico de doença prolongada induzida por estresse e fortemente recomendado adiar o tedioso trabalho administrativo e focar no descanso. O Imperador fingiu-se de surdo para isso e continuou suas atividades despreocupadamente. Ele foi exposto a duras condições em seus primeiros anos, o que deixou seu corpo enfraquecido. Foi ferido muitas vezes mais tarde na idade adulta, mas nunca prestou muita atenção à sua saúde e agora tudo isso havia agravado na velhice.
As fortes dores de cabeça são apenas efeitos colaterais.
Mas ainda permitiu que o príncipe real tomasse as rédeas dos assuntos administrativos em seu lugar. Ele fazia visitas as terras em vez do pai. Ele pessoalmente se mostrou um homem capaz, fiscalizando todo o país e a vida das pessoas, conquistando o louvor da nação. Quer fosse entre o povo comum ou na Corte Imperial, todos falavam das habilidades do príncipe de dezenove anos ao seguir os passos de Sua Majestade para manter o magnífico estado do Grande Rui.
O Imperador estava descansando em uma residência de campo perto da capital, Palácio do Banho de Primavera, quando estes comentários fizeram caminho até seus ouvidos. Um sorriso ambíguo apareceu em seu rosto.
Consorte Yuan estava logo atrás dele dando-lhe uma massagem suave. Estava usando um robe de chiffon, revelando seu corpo atraente. Ela poderia estar chegando aos quarenta anos, mas ainda era linda como uma jovem de trinta e poucos.
Ouvir o gotejar tranquilo da fonte termal e cheirar a fragrância calmante no ar aliviava as dores de cabeça do Imperador até certo ponto. Ele estava deitado em um sofá com os olhos fechados e um sorriso leve. Pequenas pétalas de flor flutuavam na água e o vapor da nascente conduzia os deliciosos cheiros no ar. Era um lugar em que não queria sair depois de entrar.
Ele sentiu que estava realmente envelhecendo. A indiferença nos anos anteriores poderia ter sido uma fachada, mas a fadiga após seus quarenta não podia ser escondida.
Agarrou o braço delicado da Consorte Yuan e olhou para ela: “Ouço pássaros cantando, Wang. Que tipo de pássaro é?”
Ela fez uma pausa antes de responder com um sorriso: “São andorinhas, Majestade, retornando do sul”.
“Então, as andorinhas começaram a migrar para o norte novamente hein?”. Uma pausa: “Wang Shu, é abril, certo?”
“Ainda não. Só será Shang Si em alguns dias”.
“O Dia de Shang Si, certo. Agora me lembro… que problemático…”
“Então peça que alguém vá em seu lugar se for problemático”.
“Eu gostaria, mas temo que eles comecem a dizer que estou prestes a morrer se eu fizer isso”.
A mão da Consorte tremia: “Sua Majestade”.
O Imperador desviou o olhar para a janela e pegou sua mão como se fosse falar, mas apenas suspirou no final.
Observou seus olhos aparentemente vazios e começou a se sentir desconfortável. Ela tinha entendido, desde o dia em que se casou com ele, que não era mais aquele rapaz despreocupado que corria pelas ruas da cidade. Havia se tornado outra pessoa que tinha direito de vida e morte em suas mãos.
Parecia, entretanto, que ela era especial para ele no Palácio imperial. Sua posição era apenas uma mais baixa do que da Imperatriz. Ela tinha um filho e filha e um amor incomparável do Imperador. Apesar disso, como uma mulher inteligente, ela sabia que por causa de sua formação baixa e de não vir de nenhuma família de nome para apoiá-la, ela só podia depender dele e de seu amor.
“Onde está Huan-er? Ela não te acompanhou aqui?”.
A Consorte Yuan forçou um sorriso e ajeitou o manto dele em seus ombros: “Huan-er insistiu em ir para o sul com o príncipe real. Foi você quem concedeu”.
Ele riu enquanto esfregava as têmporas. Sua mente certamente ficou nebulosa. Lin Huan era sua filha mais nova e amada. A jovem princesa era zelosa assim como o Imperador nos primeiros anos: brincando, se divertindo e sendo boba o tempo todo.
A Consorte seguiu seu riso. Como mãe, ela desejava, obviamente, que sua filha fosse gentil e inteligente. Entre os sete filhos, o Imperador era excessivamente exigente com o primeiro príncipe e bastante duro com os demais, mas sua paixão pela princesa mais jovem não tinha limites.
“Vossa Majestade”. Sentindo que ele estava de bom humor, disse suavemente o que estava pensando: “Seria insensato continuar mimando Huan-er assim. Ela tem quatorze anos, quase na idade de ‘fixar o cabelo’. O que seria dela se continuasse com tal comportamento imprudente?”
(*eu sei que ficou feio, mas a tradução literal é isso mesmo: é uma cerimônia estilo debutante, onde se coloca um grampo de cabelo em um coque, daqueles que a gente vê no estilo chinês; é a passagem para vida adulta aos quinze anos, e depois disso a mulher vai aprender a como ser uma esposa: o jeito apropriado de como falar, como se comportar e a fazer trabalhos manuais – bordado, pintura, música; somente para filhas de nobres e ricos)
Ela viu a careta do imperador antes mesmo de terminar, então foi encorajada a parar de falar.
Ele largou a mão dela e disse baixinho: “Ser capaz de viver na casa real sem preocupações é um luxo por si só. Espero que ela possa ser uma exceção a isso, para não viver nas sombras de seus antepassados”.
A Consorte sentiu uma gratidão amarga. Seus olhos ficaram vermelhos e ela mordeu os lábios. Certamente, percebeu que a liberdade que ele estava tentando fornecer a Huan-er era nada mais do a que ele queria para ele, mas não podia ter.
A sala ficou em silêncio, exceto pelos salpicos de água.
“Wang Shu?”
Suspiro. “Sim, Sua Majestade?”
“Uma vez você cantou uma música para mim… qual foi mesmo?”
“Para aquele sem nome“.
Splash-splash-splash
“Isso mesmo, desejo ouvir. Cante mais uma vez para mim”.
A Consorte assentiu com a cabeça e apertou os lábios antes de cantar. Anos se passaram, mas sua voz ainda era quente e brilhante como jovem.
“Verde eram as ondulações do rio Qi. Sozinho, você sempre chorou,
Oh, como eu me preocupei com você, então eu te presenteei com o vento,
Por favor, esteja comigo, até a idade da terra e o céu desmoronar,
E que os nossos cabelos embranqueçam,
Os ventos nunca descansaram, soprando nossos problemas,
Ouvi histórias do passado, enquanto minhas memórias voam para longe,
Devo estimar a pessoa diante de mim e nunca deixá-la ir,
Sombras amargas do vento do norte falavam de tristeza e angústia,
De mãos dadas, envelheceremos juntos, e juntos estaremos na vida e na morte,
Milênios se passaram quando tudo se dissipou e eu acordo, melancólico”
O Imperador pegou uma carta da estante ao lado dele algum tempo durante a música e começou a ler. Ele nunca se cansava dela, não importa quantas vezes tivesse lido.
Desde a ascensão ao trono, os modos vigorosos daquele homem nunca mudaram, partindo para a batalha e liderando ataques, mas seu temperamento havia sido refinado. A carta indagava sobre sua doença e instava palavras de gentileza. Apesar de ser uma mensagem oficial entre países, o conteúdo parecia mais uma saudação entre amantes.
Assim que a notícia de sua doença se espalhou, o Imperador Yan enviou esta carta pelo seu mensageiro junto com remédios raros de seu país. Apesar da distância, a mensagem chegou em menos de quinze dias.
Com um leve sorriso, o Imperador não demonstrou muita emoção, mas a água termal parecia fluir através de seu coração, suavizando e aquecendo as amarguras passadas.
Já se passaram vinte anos, ele pensou consigo mesmo. Eles tinham envelhecido, mas o amor entre eles só ficava mais rico com o tempo, como vinho.
É fortuna ou infortúnio?
O Imperador se perguntava, balançando a cabeça. Ele não tinha mais certeza, talvez como foi o início desse amor. Nenhum deles conseguiu explicar quando a semente penetrou no solo e como cresceu, para se tornar uma árvore imponente.
Talvez tenha sido o destino, assim como o encontro deles.
A Consorte ouviu o longo suspiro dele. Seus murmúrios soaram como repetição da letra que ela havia acabado de cantar.
‘… Por favor, esteja comigo, até a idade da terra e o céu desmoronar, e que os nossos cabelos embranqueçam, os ventos nunca descansaram, soprando nossos problemas…’
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As sombras dançavam com a luz das velas dentro do Palácio de Feng Yi com a brisa fresca que soprava. O Imperador e a Imperatriz sentaram-se na linha a frente, enquanto as outras consortes e familiares sentaram dos dois lados conforme suas classificações e ‘status‘.
Aos olhos de um plebeu, o belo e único Imperador e a adequada e elegante Imperatriz era o Pai e a Mãe de todo o país. Ele protegeria a nação de todos os inimigos, participava ativamente da administração, incentivava uma sociedade legítima e servia as pessoas. Ele era o mais sábio e generoso que eles já tinham visto.
A única coisa que os preocupava era que o Imperador não tinha um grande gosto para mulheres. Ele tinha poucas concubinas e tinha apenas sete filhos, muito pouco.
A Imperatriz se virou para o ele ao lado dela e falou, com seus lábios pintados de vermelho: “Convoquei todas as Consortes que tiveram filhos, Vossa Majestade”.
O Imperador visualizou todas as mulheres diante dele. De todas elas, apenas quatro geraram seus filhos: a Imperatriz, a Consorte Yuan, a Consorte De e a Consorte Shu. As outras concubinas sem título serviam à cama do dragão, mas nenhuma deu à luz.
Ele sabia muito bem como um país sofre quando há muitos príncipes assim que começassem as disputas pelo trono.
Consorte Shu, Consorte De e Consorte Yuan estavam todas ansiosas e a Imperatriz assistia ao Imperador firmemente também, sem saber o que ele tinha em mente.
Ele pegou um pergaminho amarelo da mesa e explicou: “Este é um documento oficial de Yan, entregue há apenas dois dias, solicitando a mão de uma princesa em casamento pelo príncipe real”.
A mão da Imperatriz tremeu sem saber e ela deu uma olhada. O que seus olhos captaram foram as palavras:
‘Assim que os laços matrimoniais forem formados, nossos estados terão garantido a paz e colocado um ponto final em toda as guerras para os dias que virão’.
“Você concederá?”. Ela se sentiu inquieta.
O Imperador dobrou o pergaminho e respondeu casualmente: “Um casamento entre dois países é uma ação que irá beneficiar o povo. Eu já concordei”.
Imediatamente, Consorte De sentiu sua ansiedade desaparecer como fumaça. Ele só tinha um filho, Lin Die, em seus vinte e poucos anos no Palácio. Qualquer assunto com princesas não tinha nada a ver com ela. Com isso em mente, ela olhou para as demais.
Após muita deliberação a Consorte Shu olhou para cima para encontrar o Imperador ostentando uma normal expressão, então ela sondou: “Qual princesa Sua Majestade está pensando em casar com o Príncipe da Coroa de Yan?”
A Imperatriz ficou quieta. O Imperador teve três filhas. Ela não podia ter certeza de quem ele planejava conceder a mão. De acordo com histórias, as pessoas de Yan sempre foram selvagens e fortes, até os civis eram ferozes como bestas. A mimada princesa com certeza passaria por muitas dificuldades sendo casada naquele lugar tão distante.
Consorte Shu deixou cair o olhar por um momento, mas olhou logo em seguida: “Sua Majestade, a Princesa de Chang Ning pode realizar a cerimônia de maioridade assim que retornar à capital. Além disso, você sempre avisou a todos nós do Palácio interno a nunca agirmos por motivos pessoais”.
O Imperador lançou um pequeno sorriso: “Lin Huan ainda tem um ano antes de sua cerimônia. Eu não posso enviar uma criança para outro país, não importa o quanto eu queira agradar o imperador Yan”.
Suas palavras soaram boas e adequadas, mas era evidente que o Imperador tinha tendência, desde o início, a proteger a Consorte Yuan.
Consorte Yuan cerrou os dentes para conter as lágrimas. Suas mãos agarraram com força seu lenço.
Ela lembrou-se do que o Imperador disse a ela quando a trouxe para o Palácio para ser sua concubina: “Irei protegê-la de agora em diante para que não seja intimidada por causa de sua origem e para que seus filhos tenham uma boa vida”.
A imperatriz e a Consorte Shu encararam o Imperador, sem conseguir dizer nada.
Ele agarrou uma xícara em sua mão e tomou um gole: “O príncipe real tem vinte e um anos. Um tem dezoito anos e o terceiro, dezessete. Todos eles têm quase a mesma idade”.
Consorte Shu lentamente ergueu o olhar: “Nossas princesas não suportariam viver naquele país”.
O Imperador recolocou sua xícara. Seus olhos estavam calmos: “Isso envolve a vida de milhares de pessoas. Não é algo que seus temperamentos podem decidir”.
Fracos raios de sol estavam se espreitando pelo corredor, formando sombras nos ladrilhos. Minúsculas partículas de poeira flutuavam no ar e o tempo parecia ter parado.
Ele recostou-se na cadeira com os olhos semicerrados. Seus dedos bateram levemente na mesa. Cada batida parecia chegar ao peito da Imperatriz e das consortes. Elas podiam sentir a força avassaladora vindo dele como uma nuvem espessa sufocando qualquer um que se aproxime. Eles sabiam que uma vez casada com aquele lugar de deserto e gelo, além de milhares de li de terra, eles nunca mais iriam se encontrar. No entanto, com a concessão do vínculo matrimonial dada pelo Imperador, não havia outra maneira.
“Sendo apoiado pelo povo, deve-se tentar retribuir. Como membro da Família Real, deve-se estar ciente de seus deveres para com o país”.
A Imperatriz franziu a testa e suspirou com suas palavras e indícios de apreensão apareceram em seu rosto.
De repente, após um longo período de silêncio, o som de joias tilintando e roupas arrastando pode ser ouvido. A Imperatriz se levantou, vestida com seus trajes, e fez uma reverência ao Imperador.
“Em nome da minha filha, a Princesa de Yan Xi, gostaria de ser voluntária que ela se case com o Grande Yan para formar laços eternos para os dois países”.
Lentamente, ele abriu os olhos para ver a Imperatriz ajoelhada diante dele, a cabeça baixa e não mostrou muita surpresa. Ele se endireitou com um sorriso: “Você é a mãe desse país afinal, Zitong, e conhece muito bem os seus deveres com a nação”.
Com amarga desolação fermentando em seu coração, a mulher apertou os lábios e puxou um sorriso quando ela olhou para cima.
No dia seguinte, o santo édito foi divulgado que a Princesa de Yan Xi se ofereceu para se casar com o Grande Yan para unir os dois países pelo laço do matrimônio.
Por três dias consecutivos, o dote que o Imperador concedeu à princesa fluiu interminavelmente no Palácio Feng Yi. Vestido de noite, coroa de casamento, adorno para os cabelos e uma variedade de joias e pedras brilhantes.
A princesa sentou-se diante do espelho com um leve sorriso. A mulher no reflexo possuía sobrancelhas esguias e lábios finos, a luz dançava em seus olhos, tornando sua aparência impressionante e notável. A Imperatriz também estava atrás dela, olhando para a filha.
“Não culpe seu pai, Wei-er”.
A princesa não respondeu, apenas abaixou a cabeça enquanto brincava com um grampo de cabelo embutido com uma pérola negra de mil anos. Os olhos, a estrutura do rosto e as expressões da princesa lembravam muito o pai dela. Pode-se ver no seu olhar a aura ousada que uma mulher comum não teria.
“O que você quer dizer, mãe? Papai não fez nada de errado”.
Ela disse com um sorriso e prendeu o grampo no cabelo. Observava a própria calma e elegantemente sorria para o espelho.
“Meu pai nunca temeu o Yan e sou filha dele. Não tenho nada a temer”
O Imperador entrou vestindo uma túnica simples e parou atrás da princesa: “Bem dito: uma filha de Lin não teme nada”.
A princesa não se levantou para realizar os rituais, apenas virou a cabeça: “Como o pai tem tempo para visitar a Mãe e eu hoje?”
Ele estendeu a mão para agarrar seus ombros pequenos e trazê-la em seus braços.
“Pai sente muito, Wei-er”. A voz de seu pai soou muito dolorida: “Houve um tempo em que sacrifiquei tudo o que era meu para proteger esse país, mas não pensei que teria que sacrificar minha própria filha também”.
Depois de uma pausa, continuou: “O Imperador e a Imperatriz Yan são dois velhos amigos meus. Eles vão te tratar bem”. Nesse momento, o poderoso Imperador era apenas um pai triste e desamparado.
A princesa deu um sorriso, mas tudo o que podia sentir em sua boca era o gosto amargo que subia de seu coração.
Seu pai abraçando-a assim era algo que ela nunca havia sonhado em seus dezoito anos de vida.
Antes de ser um pai, ele era primeiro um governante.
O quarto mês do sexto ano de Xian Qing, a Princesa de Yan Xi se casou com Yan. O Imperador trouxe pessoalmente a princesa para a fronteira, deixando o príncipe real cuidando do governo do país.
Uma grande cerimônia aconteceu no dia em que a carruagem de casamento da princesa deixou a capital. O emblema vermelho brilhante da Casa Real ondulava ao vento, aparecendo como uma bola em chamas. As filas de guardas imperiais ergueram suas lanças decoradas com borlas vermelhas e seus cavalos pisavam com força na estrada.
O rio Ye se tornou um ponto de encontro para mercadores dos dois países desde o tratado assinado no primeiro ano de Yan Xing. As áreas ao norte e ao sul tornaram-se áreas comerciais e de importação. Ao norte pode-se chegar a Yongjing, ao sul, à Passagem do Monte Sul.
Chá, cavalos, porcelana, couro, vinho, produtos de todas as terras e mulheres exóticas surgiram em toda a extensão da fronteira desobstruída. Os povos se reuniram e se estabeleceram juntos, casando-se, criando laços de sangue comum e cultura, formando um grupo harmonioso.
A margem norte do rio estava repleta de penas vermelha cor de sangue e borlas brilhando sob a luz, rivalizando até mesmo com o próprio sol. O Imperador Yan já estava esperando com o príncipe real pela noiva.
Era costume de Rui o pai trazer a filha ao noivo, mas por aquele juramento feito anos atrás, ele não podia por os pés na terra do outro. Ele só podia assistir quando o príncipe trouxe a princesa para o outro lado.
O Imperador semicerrou os olhos e viu sua filha parada ao lado de um jovem alto em meio a multidão, e atrás dele, parecia ser seu pai. Este homem estava olhando para este lado também e quando seus olhos se encontraram sob o rio, eles quase puderam ver a alma um do outro.
O Imperador sorriu. Foi um sorriso de satisfação. Ele se sentiu satisfeito apenas com esse olhar.
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Com a explosão da música comemorativa, as dores de cabeça voltavam. Ele encostou-se na cadeira e apoiou a cabeça, descansando com as sobrancelhas fortemente franzidas.
Não tinha ideia de quando o banquete de casamento acabou. Quando sua mente clareou, ele já estava sentado sozinho com o Imperador Yan na tenda luxuosa com uma mesa entre eles. Um incenso calmante e folhas de chá colhidas antes da estação das chuvas lançaram um aroma agradável.
O Imperador Yan estava longe, sentado alto e adequado, com uma expressão calma que não continha a ferocidade de antes. Estava segurando uma xícara com as duas mãos enquanto olhava nesta direção.
Já se passaram mais de vinte anos.
Ele pensara que o tempo levaria tudo embora e deixasse tudo ir como o vento. Contudo, as coisas aconteceram de maneira oposta. O desejo não desapareceu e se transformou como um bom vinho: quanto mais tempo permanecer selado, mais sua fragrância irá preencher todos os cantos do mundo uma vez aberto.
Acontece que com o passar do tempo, as palavras ficam difíceis de expressar, ficando presas na ponta da língua.
O Imperador está começando a ficar desconfortável sob esse olhar: “Sua Majestade?”
O Imperador Yan esboçou um sorriso, mas não falou. Em vez disso, levantou-se e aproximou-se, o que deixou o outro confuso. Como se estivesse hipnotizado, ele se levantou e o encarou em silêncio.
“Você ainda é tão estranho”. Ele estendeu a mão e puxou-o em seus braços, segurando-o com força.
Quando um cheiro familiar atingiu seu nariz, ele o abraçou de volta e não fez outro som. Já estava perdido em reminiscências. Foi um abraço desejado por vinte anos.
O Imperador Yan o sentou em seu colo e tomou em seus braços mais uma vez, colocando seus lábios contra o seu levemente.
“Você não deveria ter feito aquela promessa boba de nunca pisar no território Yan. Agora você está aqui no meu colo, não está?”
O imperador riu e se apoiou em seus ombros: “Agora minha filha tornou-se um tributo também”.
Os braços em volta de sua cintura de repente se apertaram, prendendo-o em seus braços tão forte, perto do ponto de asfixia. O pomo-de-Adão do Imperador Yan balançou enquanto ele pressionava sua testa sem palavras.
O Imperador também não falou nada e apenas se apoiou nele. Nenhuma palavra era suficiente para descrever esse momento.
Ele olhou para o outro, para o rosto que se tornara mais fino e os olhos que ainda eram tão determinados quanto antes.
“Então nos encontramos de novo, Xin” ele disse roucamente depois de estudá-lo por um tempo.
“Depois de vinte anos”.
“Mas não é tarde demais”.
“O que você está olhando?”
“Só quero dar uma boa olhada em você. Não te vejo há tanto tempo que quase esqueci de como você se parece”.
O Imperador alcançou a testa do Imperador Yan e usou a ponta dos dedos para suavizar as rugas entre as sobrancelhas: “Eu também”.
O imperador descansou no peito do outro homem e, como se tivesse recuperado seu sustento, começou a falar sobre suas escolhas, sua suavidade, sua determinação, sua crueldade, e seus desejos. O homem ouvia em silêncio, enquanto acariciava suas mãos.
Ele podia sentir que aquele em seus braços não havia mudado. Apesar de ser o governante honrado e elogiado de uma era pacífica, era tão solitário quanto antes. Ele ainda era aquele jovem que ele conheceu no deserto e que não gostava de falar o que pensava.
Ele era o mesmo também. Apesar de ser o todo-poderoso a quem todos os funcionários e o povo obedecem, ainda sentia que ninguém poderia entendê-lo e que ele vivia sozinho em seu Palácio.
Os governantes eram donos do reino e estavam acima de tudo, mas a única coisa que ficava sobre eles e era imbatível, do começo ao fim, era a solidão.
Ele abriu o colarinho e plantou os lábios na pele, sugando levemente. Suas respirações entrelaçadas e tudo o que eles podiam ver era os olhos um do outro, nada mais. Os dois estavam esperando por esse momento de reencontro, embora este momento fosse tarde demais.
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O verão foi embora e o inverno veio; saiu o inverno e a primavera voltou.
Notícias chegaram de Yan que a princesa real deu à luz um filho. Encantado, o Imperador Yan escolheu o nome de Murong Xu para seu neto e o adorou muito desde então.
Quando o Imperador soube disso, já estava deitado na cama, doente.
O mensageiro entregou os presentes para sua filha e neto, que incluíam um cadeado de longevidade de folha de prata maciça, com desenhos florais esculpidos em relevo. Ele esperava que essa criança trouxesse um período mais longo de paz para os dois países.
O Imperador estava deitado sob duas camadas de cobertores no salão sombrio. Seus olhos com suas pupilas antes claras pareciam escurecer dia a dia para um cinza envelhecido. Ele agarrou-se a mão da mulher sentada ao lado da cama, que não saia por muito tempo.
“Wang Shu, são as andorinhas?”
“Sim. É primavera”.
“Porque está tão quieto aqui?”
“Fiz todo mundo ir embora. Vou ficar com você”.
“Porque você não descasa um pouco, Wang Shu?”
Depois de algum tempo: “Não estou cansada”.
As mãos da Consorte Yuan estavam sendo seguradas com força, os dedos do Imperador agarrados aos dela. Ela sabia que estava com medo de que ela saísse e ele se deitasse aqui sozinho, então queria segurar-se em algo para sentir-se seguro.
O Imperador ouviu os gritos dos pássaros enquanto voavam pelo céu e um sorriso, que a Consorte não conseguia entender, se formou em seus lábios. Ele não tinha nada para ficar feliz. Apenas sabia que era primavera.
“Wang Shu, você se lembra daquela primavera quando eu a levei para empinar pipa no campo?”
“Sim. Ainda não estava no Palácio naquela época”.
“Você gostava de cultivar orquídeas naquela época. Você ainda as cultiva?”
“Sim. O jardim do lado de fora do Salão Zhang Yang está cheio delas”.
“Lin Hong está mantendo os estudos?”
“Hong-er gosta da escola. Vossa Majestade esqueceu?”
O Imperador murmurou: “Esquecer? Sim, esqueci”. Então sua cabeça virou para um lado e sua visão ficou turva. Tudo o que restou foram os gritos agudos dos pássaros que alcançavam os céus em seus ouvidos.
Ele sonhou com o cavalo de guerra de seu pai e os trajes nobres de sua mãe. Com a mansão em que viveu, agora em ruínas. Com a cerimônia de ascensão que aconteceu no majestoso Salão Tai Qing. Com as poças de sangue vistas das muralhas da cidade. Com a cavalaria negra que estava em todo lugar em que os olhos pudessem alcançar. Com as grandes cerimônias de casamento. Com incontáveis rostos que cruzavam sua visão, alguns loucos, outros sorridentes.
O Imperador parecia ter percebido algo e deu um sorriso fraco.
Naquela noite, ele convocou o príncipe real, que se ajoelhou, tranquilo, ao lado da cama, observando seu pai. O pai que já tinha quarenta e cinco anos, a idade que indicava velhice, mas esse pai parecia envelhecer muito mais rápido que qualquer um.
“Devo adverti-lo para não usar forças militares contra Yan, não importa o que aconteça. Nunca tente tomar de volta os quatrocentos li de terra com o exército. Sua irmã será a Imperatriz de Yan e seu sobrinho pode ser o próximo Imperador de Yan na linhagem. Estas são todas as oportunidades que estou deixando para você”.
“Estou deixando um reino harmonioso. Guarde-o com cuidado. Proteja-o com tudo o que tem em mãos. Você deve ser um governante sábio e deve saber que governantes não tem amor por si mesmos. Ele deve sacrificar tudo pelo seu país. Lembre-se, meu filho, o que um imperador deve fazer é cem vezes mais difícil do que o resto do mundo vê”.
O príncipe real curvou-se respeitosamente, tocando a testa no chão.
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No oitavo ano de Xiang Qing, o Imperador retornou ao céu com a idade de quarenta e cinco anos. Seu título póstumo era An.
No que diz respeito a esse governante que reinou no Grande Rui durante vinte e quatro anos, as observações após sua morte não foram notáveis.
Ele herdou um vasto pedaço de terra e seus milhões de cidadãos de seu antecessor. Lutou contra um inimigo formidável, a Cavalaria Yan, que invadia. Ele guardou a capital em um momento de perigo e forçou o Imperador Wu Lie de Yan, que na época ainda era o príncipe real, a recuar. No entanto, ele não foi para o ataque. Em vez disso, acabou com a guerra e formou um tratado com o Imperador de Yan.
Ele purgou a Corte e o Palácio durante a guerra. Matou e prendeu muitos oficiais, até atirando em refugiados. Após a guerra, eliminou a corrupção, focado em ajudar os escalões inferiores da sociedade em vez dos superiores. Muitas famílias de elite encontraram seu fim do dia pra noite. Mesmo súditos que fizeram grandes contribuições para o país foram ameaçados, arruinando a espinha dorsal do Estado. Tudo isso fez seu nome ser associado à crueldade e à violência.
As suas ações desapontaram as pessoas que esperavam a volta do Grande Rui. Ele não conquistou os bárbaros nem recuperou o antigo nome a base de luta. Ele era mais como um preguiçoso. Uma pessoa justa que não se preocupava em expandir território, que não fez um nome para si mesmo e que não realizava muito em qualquer área. Ao longo de sua vida, ele só fez duas coisas: realmente deixar os pobres viver uma vida descente e pacífica e destruir a elite no poder.
Seu nome não foi notório no Grande Rui. Os historiadores pareciam ser especialmente mesquinhos com sua tinta quando se tratava dele, não querendo escrever muito sobre sua vida. O nome dele não era marcante entre os títulos gloriosos de seus ancestrais. Suas histórias exageradas desapareceram aos poucos das bocas dos contadores e da mente do público. Seus feitos heroicos de proteger a capital pareciam ter sido esquecidos de propósito. Os cidadãos de Rui não o desprezavam nem sentiam saudades.
Sua lápide foi colocada em um canto escuro do templo, na frente da qual ardia silenciosamente varas finas e compridas de incenso. Aquilo que retratava seu belo rosto virou pó.
O Imperador Yan estava brincando com seu neto, que tagarelava, quando a notícia chegou em Yongjing. O atendente segurou o pergaminho nas mãos, esperando as ordens de Sua Majestade.
A mão do Imperador Yan tremeu: “Quando foi isso?”
“Em resposta à Vossa Majestade, era o nono dia do mês anterior”.
“Como foi?”
“Ele parece ter partido muito pacificamente”.
O Imperador Yan abaixou a cabeça. O atendente não conseguia ver sua expressão, apenas o que poderia ser um tremor dos seus ombros e uma mão pressionada em seu pescoço.
Depois de um tempo, ele finalmente falou: “Deixe o Ministério dos Ritos lidar com isso”.
O nervoso atendente saiu com pressa. A criança bateu palmas, rindo enquanto largou a pipa no céu. Os olhos do Imperador Yan ficaram molhados quando ele olhou para o neto. A criança parecia mais e mais com aquela pessoa. Um rosto bonito com um toque rebelde em seus olhos, a criança parecia sim com aquele seu avô quando ele sorria.
Seu sangue finalmente se fundiu em um.
O Imperador Yan estava no local, a mão congelada no ar, enquanto ele assistia a criança balançando ao seu redor. Ela o chamava, mas seus olhos estava mirando a distância, além das paredes do Palácio, além do deserto, além das nuvens que iam pelo horizonte, na esperança de voar para onde esse homem estava.
“Vovô, vovô”. A criança aproximou-se dele, esfregando-se conta suas pernas enquanto estendia a mão em sua mão.
A mente do Imperador Yan voltou finalmente e trouxe o rapazinho em seu colo.
A criança o olhou por algum tempo antes de fazer beicinho e tocar os olhos do avô com os próprios olhos gordinhos: “Você está chorando, vovô?”
O rosto do Imperador estava sob o sol. Estava pálido e havia algo molhado embaixo de seus olhos. Ele abriu a boca para chamar seu nome, mas as palavras ficaram presas.
“Vovô não está chorando. É só areia em meus olhos”.
O palácio imperial era bloqueado com brocados e cortinas de seda e coberto com uma generosa camada de vegetação – de onde a areia veio?
A criança abraçou o pescoço de seu avô e riu com um sorriso puro e brilhante.
Logo, a notícia viajou para o interior do Ialácio. A Imperatriz dispensou os servos e pulou na cama, antes de soluçar com a boca aberta.
Várias décadas no Palácio a mudaram de uma garota arrogante e inocente para uma mulher madura. Lágrimas e sorrisos eram estranhos para ela.
Mas ele foi embora. Não pôde evitar chorar.
Ainda não conseguia se lembrar por completo daquela noite de perigo quando ele a segurou com força e a tirou do alcance da morte. Ela estava contra seu peito, o que parecia separá-la de todas as fontes de medo.
Ele pegou seu xiao e o deixou desconhecido, para nunca mais ser ouvido.
No casamento dela, ele mandou o xiao com um mensageiro. Foi só então que ela soube que ele havia se tornado o Imperador daquele país do sul. Um governante todo-poderoso, que detinha os direitos de vida e morte em suas mãos.
Ela costumava chamá-lo de ‘irmão’, mas essa palavra se dissipou, há muito tempo, nos ventos do deserto.
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O Rio Ye corria sem parar, como se tivesse sido assim desde o início dos tempos.
Sem decorações ou guardas, uma única carruagem rolou pela névoa da manhã e parou na costa norte.
O Imperador e a Imperatriz Yan desceram e tiraram uma criança também. Uma brisa de outono arrepiante soprou trazendo uma tempestade empoeirada. Ela rapidamente embrulhou a criança em sua capa e seguiu o Imperador.
Ele estava passeando por um campo morto de grama, que era fina e tremia ao vento. Nada sobre o rio parecia ter mudado.
Vinte anos de saudade trouxeram um encontro apressado, mas depois de tudo, o que os aguardava era uma eterna despedida.
Ele olhou para o céu azul. Uma tristeza apareceu no horizonte distante, uma nuvem cinzenta pairando no norte cobrindo lentamente a extensão. Uma fileira de cisnes elevados voou pelo céu para o sul distante.
Ele suspirou: “Que frio”.
A criança estudou as planícies diante dos olhos grandes e curiosos. Abraçando o pescoço da Imperatriz, perguntou animadamente: “Onde estamos?”
Ela deu um sorriso gracioso: “Essas são as fronteiras”.
A criança apontou para o sul: “E onde é lá?”
“Lá… é…”
“Aquele é o país do seu outro avô”. O Imperador respondeu calmamente, antes de tomar a criança dos braços da Imperatriz. Apontou para milhas e milhas de terra a frente.
“Meu outro avô?”. A criança perguntou com a cabeça inclinada.
Os olhos do Imperador estavam escuros que pareciam se fundir na tempestade de poeira: “Lembre-se de seu avô: ele era um herói e amava seu país e seus cidadãos”.
A Imperatriz postou-se ao lado do Imperador com um coração melancólico: “Ele… ele era…”, ela murmurou.
“Ele buscou a liberdade, mas foi preso no grande Palácio da Família Real. E agora ele tem que ser enterrado na tumba real. Está tão frio e escuro. Ele não iria gostar de lá… nunca…”
O vento passou assobiando, agitando suas capas no ar.
“O céu ainda é o mesmo, a água continua a mesma, mas neste deserto e sob este horizonte, não há mais essa pessoa”.
Houve um tempo em que alguém amava e alguém esperava. Mas ninguém pode escapar da roda do destino.
O sexto ano de Chong Guang do Grande Yan, o Imperador Yan voltou para o céu com a idade de sessenta anos.
Eles se conheceram e se amavam. Eles guardavam um ao outro e se observavam de longe. Ambos partiram desse mundo e nenhuma batalha ou guerra os separará. Nenhum dever ou ambição irá forçá-los a tomar quaisquer decisão. O mundo se tornou nada mais do que nuvens passageiras e água fluindo, algo que não será perdido aos seus olhos.
A partir de agora, não haverá guerras, nem argumentos, nem solidão, nem despedidas, nem separação. Haverá apenas a eternidade que pertence a eles.
—-FIM——
Poema que dá título a esse Extra
Encontro oportuno
Autor Li Bai
Montando um cavalo de cinco cores, saí do palácio depois de ver o imperador;
Uma senhora de origens desconhecidas em uma carruagem pintada com nuvens levantou a cortina de contas;
Apontei meu chicote de ouro à distância, mas meu corcel não se moveu;
Estando muito perto da carruagem, pedi informações; ela era tão deslumbrante que pensei que ela viesse do céu;
Juntos, passamos pelo Portão Qinygyi, juntos cantamos e bebemos;
Tímida, ela escondeu a pele atrás de um leque enquanto bebia, como as nuvens escondendo a lua;
Poderíamos nos conhecer, mas não poderíamos ser íntimos. Então seria melhor não nos conhecermos;
Pois os sentimentos só se aprofundam, os corações falam sem palavras;
Porque ela guarda um quarto vazio e abraça os cobertores até tarde da noite?
Os cobertores têm uma ligação mais profunda com os véus de seda;
Os ventos do amor estão soprando, mas porque a chuva só vem agora ao anoitecer?
Que os pássaros Sanqing transmitam nossos sentimentos um pelo outro;
O tempo não espera: os cabelos grisalhos começam a crescer e aparecer durante a noite;
Se não for capaz de aproveitar a vida quando jovem, só haverá solidão e tristeza quando velho;
Que os Sanqing recebam esta mensagem secreta para que não percamos esta oportunidade de nos encontrarmos.
*cavalo de cinco cores é para determinar que são os melhores animais, puro sangue;
*Portão Qingyi: portão das despedidas na antiga capital de Chang’na (atual Xian);
*pássaros Sanqing: eram três pássaros mensageiros de Xiwangmu, uma deusa que vivia em Penglai;
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Notas finais desta Humilde Eu tradutora PtBr ????????
Nem tenho muito o que dizer sobre essa novel, na verdade até tenho, mas não fico dando muito minha opinião. Só que ela foi, pra mim, um redemoinho de emoções, mas o que mais senti mesmo foi raiva, principalmente de HX, a pior pessoa, mais dissimulado, impossívels. Enfim, é isso.
Mais uma vez obrigada mesmo ????
Boas leituras ???? Sorte ???? e sucesso⭐
(mãos em concha/ saudação) ????