I’m a straight guy working in a Gay Bar - Capítulo 29 – Extra

Naquela noite, os dois se reviraram no banheiro por um longo tempo. Xia Zhi no final desmaiou e não acordou nem quando foi carregado para a cama, enxugado e trocado.

No dia seguinte já era muito tarde quando ele abriu os olhos.

Tudo parecia um torpor embaçado e sua cabeça também estava doendo um pouco. Suas pálpebras continuavam caindo enquanto tentava lembrar do que havia acontecido. Não tinha certeza do que era sonho ou realidade. Rolando na cama de dor, se enterrou nos lençóis e travesseiros.

Quando rolou para a beira da cama, foi bloqueado por alguma coisa.

Shen Die estava completamente vestido, sentado enquanto olhava para ele: “Dormindo até tão tarde, como pode isso?”

Aquele na cama esfregou os olhos e ficou um pouco sóbrio. Estendeu os braços e fingiu ser mimado: “Carregue-me”. Seus olhos eram sorridentes enquanto continuava: “Tudo bem; fique em casa e durma mais um pouco”.

“Você está com febre?”

“O que quer dizer?”, até queria continuar brincando, mas o namorado recuou a mão e verificou sua temperatura com a mão.

Xia Zhi não conseguia se mover nem um centímetro, seu corpo parecia fraco, só conseguia enfiar a cabeça para fora do cobertor para encará-lo: “Porque está me encarando assim? Sou muito forte”.

O outro ignorou sua teimosia, levantou-se para pegar um termômetro para ter certeza. O termômetro foi segurado na boca de Xia Zhi, que não se atreveu a resistir. Depois de dar uma olhada, o aparelho marcava 38,3 graus.

Xia Zhi não tinha mais nada a dizer agora. Ele se cobriu um pouco com o cobertor antes de relutantemente tentar salvar sua própria dignidade: “É apenas uma febre baixa. Ficarei bem daqui a pouco”.

A expressão do namorado estava gelada. Trouxe um pouco de xarope e tentou força-lo a engolir.

Franzindo a testa por causa do sabor, Xia Zhi tinha um dedo acusador: “Vim de muito longe para ver você, e é assim que você me trata?”

“Então, o que quer comer?”

“Filé mignon, lagosta grande, trufa francesa. Que tal isso? Não estou pedindo muito, certo?”

Acenando com a cabeça, Shen Die pegou o telefone e ligou para seu assistente. Quinze minutos depois, Xia Zhi recebeu duas tigelas de mingau branco, apesar de seus olhos brilharem em grande expectativa. Ele só conseguia reclamar: “Eu me arrependo agora… pensar que vim aqui para te ver à noite. A passagem aérea até foi cara. Você tem que me reembolsar”.

“Porque veio com tanta pressa e sem programação?”, disse o outro, enquanto mexia um pouco a colher dentro do mingau, perguntando sem levantar a cabeça.

“Eu queria te fazer uma surpresa”.

“Se eu não tivesse notado, estava planejando me surpreender na manhã seguinte?”

“É que… o avião atrasou. Me sentiria muito mal por incomodar você de noite”.

“Então, originalmente, iria passar a noite no aeroporto?”

Xia Zhi enterrou a cabeça e engoliu o mingau, fingindo não ouvir isso.

“Atrasado tanto tempo. Diga-me: qual voo você pegou?”

Cof-cof-cof.

O outro teve um ataque de tosse por engasgar com o mingau. Largou a colher e se encolheu no cobertor, fingindo-se de morto: “Eu me sinto tonto… ah! É tão insuportável”.

Cobriu o rosto e deu as costas, continuando sua atuação por um longo tempo. Mas quando percebeu que a pessoa ao lado da cama não parecia reagir muito, não resistiu e voltou para verificar.

Foi recebido com um rosto bonito e muito próximo ao seu.

Shen Die aproximou-se com uma das mãos, olhando para Xia Zhi. Seus cílios pareciam muito longos e densos enquanto roçavam suavemente sua pele. Perguntou suavemente: “O que está acontecendo?”

Xia Zhi corou.

Sendo surpreendido por aquele par de olhos de flor de pêssego, seu coração começou a bater incontrolavelmente mais rápido. Seu cérebro já febril quebrou imediatamente, gaguejando: “Eu… eu fugi de casa…”

No segundo em que as palavras foram ditas, cobriu a boca rapidamente e olhou o namorado com os olhos arregalados.

Caramba! Maldita técnica sedutora!

“Porque fugiu de casa?”, Shen Die disse enquanto beliscava seu queixo.

Como já havia derramado o feijão, não havia mais necessidade de agir como um idiota. Xia Zhi olhou para os padrões do cobertor, desistindo de seu plano de esconder: “Saí do armário para meus pais”.

O outro perguntou em tom vago: “Eles expulsaram você?”

Xia Zhi percebeu que seu tom parecia um pouco preocupado, então imediatamente mudou para um tom mais claro: “Nah… meu pai queria me bater, então eu mesmo saí de lá”.

Quem diria que a expressão de Shen Die ficaria mais sombria: “Ele bateu em você?”

“Não, não… bem, só um pouco. Minha mãe o impediu”.

Na verdade, foi culpa dele por ser descuidado. Sua mãe queria marcar um encontro às cegas para ele, mas quando veio a recusa, acidentalmente deixou escapar. Quando seus pais insistiram, ele admitiu no calor do momento. Assim, foi expulso de casa no meio da noite.

“Está tudo bem”, ele tentou tranquilizar o outro: “Meus pais me amam muito e nunca me bateram desde que eu era criança. Tenho certeza de que está se arrependendo agora. Quando eu voltar para casa, seu coração terá amolecido. Vou agir de forma lamentável quando voltar em alguns dias, assim eles vão deixar passar. Não tem com o que se preocupar já que—”

“Onde ele te bateu?”, a expressão de Shen Die passou de sombria para indefesa: “Dói?”. Não se importava com mais nada, apenas com o fato de Xia Zhi ter sido atingido.

“Meu ombro direito foi atingido de raspão por um cabo de vassoura. Mas não dói”.

Shen Die puxou o colarinho para verificar. Em sua pele havia um pequeno hematoma que não era muito óbvio. Estendeu a mão para esfregá-lo suavemente, fazendo com que o outro debaixo do cobertor se levantasse um pouco.

“Ei, faz cócegas”.

Ele parou e puxou aquele tolo em seus braços, deixando um rastro de beijos suaves desde o pescoço até a clavícula. Seus movimentos eram tão gentis e cuidadosos.

Xia Zhi não conseguia ver sua expressão, tentando se mexer, preocupado: “Você está bravo? Eu não queria dizer para eles a princípio…”

“Quando vai voltar?”

“Porque? Você quer me expulsar?”

“Eu voltarei com você”.

Xia Zhi piscou algumas vezes antes de olhar para ele, certificando-se de que o outro não estava brincando: “Você…”

“Vou conhecer seus pais. Não sou bem-vindo por você?”

“Por mim, claro que sim. É que… eles podem não te receber…”, seu olhar era sério: “Meu pai é realmente feroz. E se ele bater em você também?”

Shen Die refletiu: “Vou me ajoelhar e implorar para que ele me deixe namorar o filho dele…”

Xia Zhi cobriu a boca: “Não se atreva! Eu nunca me ajoelhei diante deles, você não pode fazer isso. Não irei permitir”. Ele pensou um pouco antes de bufar: “Não se preocupe: vou te proteger lá, não vou deixar meu pai tocar em você, não tenha medo”.

O namorado acenou com a cabeça, incapaz de esconder o sorriso nos olhos: “Tudo bem então”.

No final, quando chegou o dia de voltarem, Xia Zhi estava tão nervoso que ficou rígido em seu assento no avião. Sua mão estava úmida de suor enquanto apertava a mão de Shen Die. Só com muita persuasão é que ele fechou os olhos para dormir um pouco.

Só depois de descer do avião e entrarem no hotel é que se sentiu um pouco melhor e mais calmo. Toda essa calma durou até o dia seguinte, quando estava sentado no banco do passageiro do carro enquanto se dirigiam para casa, fazendo até piadas pelo caminho. Mas, assim que entrou em casa, sua perna doeu imediatamente.

Xia Zhi sentou-se nos degraus e fez uma careta de dor. Era tão embaraçoso.

Shen Die meio agachado na frente dele massageava seus músculos da panturrilha. Mas antes que ele pudesse provoca-lo um pouco, a mãe de Xia Zhi descia as escadas para jogar o lixo.

Então foi o pai quem a seguia com um cachimbo.

Xia Zhi estava tremendo enquanto se segurava no corrimão para se apoiar. No entanto, com as pernas bambas, acabou se ajoelhando no chão.

No final, foi Shen Die quem carregou as malas, entrando na casa enquanto era encarado por olhares complicados. Xia Zhi foi colocado no sofá, com o rosto pálido de dor insuportável. Seus olhos estavam vermelhos quando veio alguma apresentação: “Pai, mãe: esta é minha espos—er, meu namorado”.

Pai: “!!!”

Mãe: “!!!”