Imperial Uncle - Capítulo 54
A carruagem sai para ver um cais barulhento diante de mim, grandes navios atracados pela costa, uma multidão indo e vindo e montes de mercadorias empilhadas por todos os lugares.
Pensei que seria capaz de ver ondas se entendendo para um horizonte sem fim, mas ao contrário das minhas expectativas, é um píer. Um barqueiro transportando mercadorias na costa me diz que, se alguém deseja construir um grande porto, precisa construir um píer, mas o oceano está logo além.
Fico olhando para a área fora da baía, e Wang You diz baixinho atrás de mim: “Mestre, pode alugar uma *sampana para ir ver. Não posso decidir muito mais do que isso”
(*sampana: embarcação asiática de fundo chato, movida a remos, que tem no centro uma cobertura de bambu; existem sampanas à vela)
Faço um cálculo. O tempo está quase em cima. Em comparação com dois dias anteriores, minha cabeça parecia mais pesada e meus passos um pouco mais instáveis. Há uma dormência em meus membros. Reflito se vai ser esta noite ou amanhã.
Ando ao redor do porto e encontro um pequeno barco que move mercadorias da costa para os navios, mas o barqueiro se recusa a me levar, não importa o que eu diga. Diz que aceitou um emprego de um grande navio e não deve se demorar. Até mesmo Wang You faz uma tentativa de untar suas mãos, mas é inútil.
“Não é como se eu não quisesse aceitar, mas já aceitei esse trabalho primeiro, então não podem esperar. Não há muito trabalho disponível, nem empregos pontuais. Desculpe-me, chefe”
Falando claramente, quis dizer que não se pode dar ao luxo de ofender um grande cliente por um pequeno negócio. Enquanto conversamos, o navio do grande cliente se aproxima lentamente de nós e ancora na costa. Espio seu nome: Ruihe.
Alguém, que parece um comissário, desce e me faz uma reverência: “Comerciante Zhao, que coincidência encontrá-lo de novo. Nosso mestre está a bordo, por favor, venha”
Entro no navio para encontrar Liu Tongyi em pé na frente do convés: “Mercador Mei, trouxe vinho suficiente desta vez?”
Ele nos dá um sorriso: “Claro que há vinho e há alguém na cabine que gostaria de conversar com você, comerciante Zhao”
Sou guiado por ele até a frente de uma porta de cabine que ele empurra para abrir depois de bater duas vezes. Entro e a porta se fecha suavemente atrás de mim. Posso ouvir os passos de Liu Tongyi recuando à distância.
O homem parado em frente à janela se vira: “Sua Alteza”.
É Yun Zai.
“A única razão pela qual vim no navio do Chanceler Liu foi para agradecer Vossa Alteza. Obrigado pela gentileza que mostrou à Família Yun”
“Eu não deveria aceitar este seu agradecimento, Sr. Yun”, desde o início, o que fiz nunca foi pelo bem dos Yuns. É melhor deixar as coisas no passado, o que já foi enterrado, deixe que vire pó.
“Pode ficar tranquilo, Sua Alteza. Meu irmão mais novo já decidiu vagar pelo mundo comigo. A partir de agora não haverá mais Yuns. Só quero viver satisfeito com o que tenho e ser um empresário. Havia pouco em relação a disputa entre nós no passado e não haverá no futuro. Meu irmão e eu chegamos a um acordo com essas coisas. Mas o fato de que implicamos Vossa Alteza e empurramos você para que se mude para o exterior de agora em diante, é uma falha que me parece bastante difícil de suportar”
“O que devo lidar agora tem pouco a ver com esse incidente em particular. É assim que a política imperial é”
As famílias imperiais sempre valorizaram o poder e o que mais o beneficia – a ideia de amor familiar é bem distante, para começar.
“Isso me lembra que meu irmão gostaria que eu contasse algo a você. Primeiro é que pediu que não se preocupasse. Segundo, sobre Sua Alteza perguntar a ele ‘sobre aquele dia’. Ele disse que também não sabe qual a resposta. Disse que ‘no começo era falso, e mesmo que o que é falso tornar-se real, ainda era falso’”.
“Então, Sr. Yun, por favor, leve essas palavras para ele por mim também. Sempre gostei muito dele, quer ele seja Yun Yu o mais novo Wan, diga a ele para cuidar de si mesmo”
Yun Zai junta as mãos, fazendo uma reverência para mim e sai da cabine.
Fico ali no quarto, um frio se espalhando em meu coração como se estivesse em pé na neve. Dez anos atrás, estava pegando meus sobrinhos um por um para pegarem ramos de flor de ameixa. No final, quando estava prestes a pegar uma das crianças, um eunuco do Palácio me disse: “Sua Alteza, este é o filho do Chanceler Yun, não é um príncipe”
Não lembro mais a aparência daquela criança, mas ela se lembra desse incidente muito claramente.
“Naquela época, você tirou um ramo de ameixa para mim, tive que dizer ‘obrigado, Sua Alteza’, mas eu tratado o mesmo que os outros”