It seems there is light - Capítulo 47 – Bolinho
Sabe-se que algumas pessoas não conseguem suportar a solidão sem um animalzinho de estimação. Antes do final do ano, alguém levou um gato de quatro meses para o beco.
Uma bola branca macia, tímida diante de estranhos, escondendo-se como um bolinho. Os vizinhos ao redor do bolinho branco, sem saber o que fazer.
“Vamos começar com um nome”, Yan Liang estendeu cuidadosamente a mão, as pontas dos dedos delgados cutucaram suavemente a pequena bolinha: “Qual o nome”.
Tão redondo.
Era como um novelo de lã.
Zhou Yuan agachou-se ao lado de Yan Liang e também cutucou a criatura desconhecida, seguindo suas ações: “Como devemos chamá-lo?”
Ling Yue ficou parada e observou a excitação. Mordendo o canudo do chá com leite, disse vagamente: “Que tal… Qi Delong?”
“Seria melhor Qi Dongqiang, então?”
(Qi Delong e Qi Dongqiang é o ator e a atriz que fizeram aquela peça sobre jovens que descobriram que se amavam naquele programa de final de ano)
Yan Liang queria dar um grito alto, mas sua boca disse inconscientemente: “Qidelongdongqiang”.
Fang Wanqing segurou a testa dela, suspirando enquanto se agachava: “Pode ser um nome um pouco mais normal?” conforme disse isso, a palma quente de sua mão seguiu lentamente o pelo fofo da gatinha: “Essa garotinha tem medo de estranhos”.
“Onde está Xiao An?” alguém perguntou: “Não é ele especialista em pequenos animais? As pequenas coisas o amam, então deixe-o cuidar disso”.
“Acabei de vê-lo sair, dizendo que estava indo para a biblioteca”.
“O que fazer? Esse carinha está quase reduzido a um bolinho”.
“Espere”, Fang Wanqing os interrompeu: “Xiao An acabou de perder a outra gata. Trazendo outra aqui não vai deixá-lo infeliz?”
“Quando perdeu a Lady ficou triste por um tempo”.
“Não seria bom comprar um cachorro ou um coelho?”
“E agora? Vamos, antes que volte, apenas leve de volta e…”
O bolinho pareceu entender; ergueu as orelhinhas como se protestasse, sacudindo vagarosamente. As orelhas, que já eram pequenas, estavam em sua maior parte cobertas por pelos macios, revelando apenas as pontas rosadas e tenras.
“Deixe-a aqui”, Yan Liang puxou o bolinho branco em sua direção: “Vou esperar até Xiao An voltar”.
ShiAn já tinha voltado, estava parado na entrada do beco com um livro nos braços, olhando diretamente para a criatura branca desconhecida: “O que é isso?”
“O que poderia ser? Um bolinho branco”, Zhou Yuan cobriu com a palma da mão e ela rolou enquanto ronronava.
ShiAn ficou um pouco curioso, deu uns passos à frente e se agachou, sua mão acariciando também.
Vivo, macio e quente.
Então ShiAn encontrou um par de olhos negros úmidos. A pequena criatura ergueu as pontas das orelhas novamente e de esfregou nas mãos do jovem, correndo e pulando.
“…” ShiAn retraiu a mão: “Vocês compraram um gato?”
Ninguém disse nada, não ousaram.
Yan Liang levantou o pequeno bolinho e deixou-o bater no nariz de ShiAn: “Olha que fofo”.
ShiAn olhou para frente; parecia haver dois animaizinhos diante dele.
Acontece que a gatinha se enrolava e se curvava com quem quer que fosse. Só começou a se mover na direção de ShiAn, que resolveu não se mover. A gatinha aninhou-se alegremente nele e recusou-se a descer.
A cena era tão fofa que todos riram alegremente.
Depois de um tempo, Yan Liang pegou a gata da mão do outro.
“Seja gentil. Não machuque”, disse ShiAn.
Yan Liang, que carregava o bolinho, torceu o nariz em sinal de queixa.
“Deixe-me ficar com ela”, Fang Wanqing pegou o gato: “Não se preocupem, ela terá coisas novas”.
**
Depois de acordar de um cochilo, ShiAn encostou-se na cabeceira da cama, olhando para um pequeno objeto branco não identificado no chão de madeira.
Por que está aqui?
Espere: o chão parece estar bastante frio.
ShiAn pegou a gata e colocou-a sobre uma almofada macia. Podia ser colocada em uma só mão, de tão pequena. A gata olhou para ele com os olhos negros piscando.
Recebeu uma mensagem no grupo da vizinhança que o nome dado a ela era Tara; Fang Wanqing postou uma foto da tigela de bolinhos de tara que ela havia devorado em minutos.
Tara aninhou-se na almofada por um tempo e depois se moveu inquieta. Olhava para o parapeito da janela, parecendo querer subir ali. Havia um local acolchoado ali e também a escultura de madeira de Lady que Yan Liang lhe deu ano passado.
A escultura havia sido colocada voltada para fora, olhando pela janela, como se estivesse esperando sua volta.
Às vezes, ao acordar no meio da noite, ShiAn pensava erroneamente que Lady estava em casa. Obviamente que o sentimento era de nunca mais ter ou se apegar a um gato.
Tara pareceu gostar muito dessa escultura de madeira, movendo-se lentamente em direção a ela.
O coração de ShiAn suavizou-se imediatamente e ele beliscou suavemente as pontas das pequenas orelhas da gatinha.
(bolinho taro, em chinês wu tao gou; é um prato cantonês feito com farinha de inhame)
Como se conseguisse permissão, Tara relaxou e se virou novamente, ao lado da escultura de madeira. Parecia querer aprender a postura de Lady, mas ainda era muito redonda.
Depois deu um tempo, ShiAn a recolheu em seus braços, que se sentindo confortável, rolou nos braços dele de maneira coquete.
Tara era pequena e pegajosa, caso não tomasse cuidado, era possível pisar nela. Ling Yue retirou todos os tapetes brancos da loja, com medo de pisar na Tara em algum momento de descuido.
No primeiro dia das férias de inverno, Yan Liang transferiu todos os seus livros e cadernos para a loja de sobremesas. Ele pretendia ficar lá.
Mordeu a caneta e olhou amargamente para a pequena bolinha aninhada no joelho de ShiAn.
“O que está acontecendo? Por que está aqui?”
“Está sempre me seguindo”.
O garoto não respondeu. Apenas ignorando, tirou a tampa da caneta e baixou a cabeça nos deveres e livros.
“O que você tem?” ShiAn se inclinou e olhou Yan Liang de cima para baixo.
Assim que encontrou os olhos âmbar fixos nele, Yan Liang ficou com o coração tão macio quanto um pedaço de algodão doce.
Yan Liang forçou a ser implacável: “Leve o gato embora”.
“Por que? Você não gosta?”
O garoto colocou as mãos na cintura, um pouco bravo: “E porque você gosta?”
Foi ShiAn desta vez quem ignorou, tirou a tampa de uma caneta e começou seus deveres.
Yan Liang continuou de mal humor, batendo o cotovelo no outro de vez em quando.
ShiAn estava prestes a quebrar sua caneta: “O que você quer?” ShiAn estava um pouco desamparado.
“… ShiAn!” Yan Liang levantou-se. Parecia uma criança no jardim de infância esperando algo da professora.
Aproximou-se de ShiAn tanto que seus narizes se tocaram. Ele pareceu sorrir. Queria mesmo atenção, queria um beijo de seu amado.
“Ok”, Yan Liang parecia estar um humor muito melhor depois que se soltaram: “Etapa empatada com esse bolinho”.