It seems there is light - Capítulo 48 – Fogos de Artifício
A Gala do Festival de Primavera foi um obstáculo difícil que tinha que ser superado uma vez por ano. A reunião, mais uma vez, foi na casa de ShiAn, para não deixá-lo sozinho, Yan Zhao e Xei Fei vieram, mais uma vez, fazer um grande jantar.
ShiAn estava enrolado no sofá com Tara enrolada na dobra do braço.
Dois bolinhos amassados com muito sono.
Yan Zhao olhou para trás, balançando os ombros e rindo enquanto se inclinava no ouvido de Xie Fei: “Olha, Xiao An é realmente como um gatinho”.
Xie Fei se divertiu. Colocou os dedos nos lábios e fez um gesto de silêncio. Puxou o telefone e o desbloqueou, a câmera voltada para ShiAn.
Yan Liang pegou um travesseiro e bloqueou o rosto de ShiAn: “Não tire fotos”.
“Por que toda essa proteção?”, Xie Fei respondeu.
Yan Liang ignorou e passou os dedos pela testa macia de ShiAn, que abriu os olhos de vagar, piscando para a TV mecanicamente. Os cílios estavam foscos. Apoiou o queixo no corpo macio de Tara e bocejou. Estava com sono a ponto de perder a personalidade.
Olhando para ele, Yan Liang encontrou seus olhos vermelhos e úmidos. Ergueu os cantos da boca, dobrou os nós dos dedos indicadores e tocou os cílios do outro: “Está com sono? Vá dormir. Te acordo quando a hora do Ano Novo chegar”.
ShiAn acenou com a cabeça e concordou.
Jiang Yuan sempre teve um tipo de obsessão com a Gala do Festival de Primavera. Antes, só para deixar a velha senhora feliz, ShiAn ficava acordado até a virada do ano. Não faltava nem uma vez a isso.
Fogos de artifício já perfuravam o céu da noite antes silencioso. Colocando o gato sonolento na almofada, ShiAn abriu as cortinas. Não havia luz na sala e, através das enormes janelas, os fogos de artifício brilhavam em vários tons, claros e escuros.
Quando o jovem foi para o quarto, Yan Liang não conseguiu ficar parado nem um pouco. Era como se cem garras arranhassem seu coração. Não conseguia dizer quantas vezes desviou os olhos para a porta do quarto de ShiAn. Ficou tão incomodado que rolou no sofá.
“Por acaso sua bunda está pregada no sofá?”, Xie Fei virou a cabeça para encará-lo.
“Não estou interessado em nenhum programa…”
“Então não assista. Vá se lavar e dormir”.
“De verdade?”, Yan Liang levantou-se com um baque.
“Vá para casa e durma, não incomode Xiao An”.
Ah!
Eu quero dormir com ele.
Yan Liang voltou para o sofá.
“AS coisas estão mudadas hoje em dia”, disse Yan Zhao, olhando para o filho, que havia murchado novamente: “Por que não gostam de assistir aos programadas de finais de ano? Quando eu era criança, sempre assistia. Começava grudado na TV às oito horas e não ia dormir até a contagem regressiva”.
O garoto fingiu estar muito impaciente.
Finalmente, quando a hora se aproximava, Xie Fei estendeu a mão e deu um tapinha nele: “Vá buscar Xiao An. É Ano Novo. Seja rápido”.
Yan Liang deu um pulo e trotou para abrir a porta do quarto. Ali dentro, as cortinas estavam abertas e era possível ver os fogos que cortavam o céu. Ele avançou e acendeu o abajur da cabeceira.
ShiAn não acordou. Habitualmente se enrolava, abraçando a colcha nos braços. Tara estava aninhada ao lado do travesseiro, também enrolada, dormindo profundamente. Os dois bolinhos estavam quietos, com a respiração longa e ajustada.
Era uma cena fofa demais.
“ShiAn. Acorda. Já está na hora”.
Sua voz veio tão suave que parecia um sonífero. O outro não acordou, em vez disso, largou a colcha e franziu a testa.
“Vamos. Levante-se”.
ShiAn rolou e ficou deitado de costas. O cabelo da testa se espalhando em mechas finas, expondo sua testa lisa. Só quando Yan Liang agarrou seu pulso suavemente, ele se levantou e sentou-se na beira da cama, parecendo atordoado pelo sono.
“Vamos. Vai começar a contagem regressiva”. A voz de Xie Fei veio do outro cômodo.
“Está bem”, respondeu o garoto, puxando o sonolento pelas costas das mãos.
O ponteiro das horas estava prestes a apontar para o zero.
Mudar.
Retornar ao zero.
O início de um novo ano.
Todos gritavam de suas varandas: “Feliz Ano Novo!”
Havia muitos gritos, promessas, comentários e risadas vindo do lado de fora. Alguém ergueu a lanterna e iluminou casualmente a varanda da casa de ShiAn.
“Que pessoa maldosa. Ofuscou meus olhos”, Yan Zhao, que descascava uma laranja, ergueu a mão para cobrir o rosto.
Xie FEi correu para a varanda, com uma lanterna, sacudindo-o pela varanda da vizinhança como vingança.
As pessoas começaram a rir e, junto com os sons barulhentos da TV, suas vozes foram levadas aos céus com os fogos de artifício.
“Quero ir ver também”. ShiAn já estava se recuperando.
“Então vamos?”, Yan Liang desconectou o telefone, que estava carregando, e enfiou no bolso de seu casaco.
“Sair no meio da noite? Esse é o grande poder da juventude” Xie Fei olhou para eles.
“Você deveria ir também”. Yan Zhao interrompeu: “Não disse que é uma mulher jovem? Ou será que percebeu a realidade?”
Ela deu uma pancada na cabeça dele: “Cale a boca e coma sua laranja”.
Ainda havia muita gente nas ruas a esta hora. Estavam rindo, indo e vindo. Lanternas vermelhas balançavam em suas mãos, parecendo um rio de estrelas refletindo a terra à distância.
“Siga atrás de mim. Tem muita gente e não quero que se perca”, Yan Liang se inclinou no ouvido de ShiAn.
Seguiram tão próximos que as pontas dos dedos se tocavam com seus movimentos, como uma rápida bicada de um pássaro. Yan Liang quase pensou que fosse uma ilusão. Seu coração se moveu e não teve tempo de pensar muito. Rapidamente conectou seu dedo mindinho àquela mão que estava vindo atrás. Podia sentir as pontas dos dedos de ShiAn ligeiramente curvadas.
Não estava claro quais dedos estavam mais molhados de suor frio; estavam suavemente emaranhados, como um doce derretido.
Um tempo depois, a mão inteira foi conectada. ShiAn devolvendo o aperto com sua mão macia. As luzes da ria estavam acesas e muitas pessoas estavam ao redor, mas o mundo de repente ficou quieto.
Só os dois.
Eram só eles dois.
Claro e escuro.
Silencioso e barulhento.
Desceram aleatoriamente o Rio Nanxing e havia um pequeno templo em uma pequena parte elevada.
“Está lotado”, disse Yan Liang, olhando para cima.
Muitas pessoas se encontraram ali para assistir aos fogos, em pé ou sentados, em vários pontos espalhados. Algumas trouxeram lanternas ou luzes.
Os meninos seguiram pela trilha e foram ao final da parte elevada. Para Yan Liang era um local perfeito, já que muitas pessoas estavam acomodadas mais ao meio colina.
Olhando para baixo era possível ver que a pequena cidade estava repleta de luzes. Olhando para cima, era possível ver a beleza dos fogos e das estrelas.
Yan Liang virou a cabeça e olhou atentamente para o perfil tranquilo do adolescente ao seu lado.
“Yan Liang, está com seu telefone aí?”
“Sim. Quer tirar uma foto?”
“Não realmente. Você fique aqui e não se mexa”.
“Certo. Não vou me mover”, Yan Liang riu, seus olhos olhando na direção de ShiAn.
Estando de frente um para o outro não dava para ver claramente suas expressões, devido a luz fraca.
“Yan Liang, apenas olhe para seu telefone”.
A tela se iluminou e havia uma mensagem de ShiAn. O garoto clicou nela, sorrindo inconscientemente.
#Yan Liang. Eu não estava destinado a estar na luz, mas a luz me abraçou. Por favor, continue me iluminando. E, Yan Liang, Feliz Ano Novo!#
No momento em que levantou sua cabeça, foi perfeito. As luzes dos fogos que explodiram iluminaram seus rostos sorridentes e olhos úmidos.
ShiAn ergeuu a mão e fez um gesto de abraço.
Yan Liang, abrindo seus braços, correu diretamente até ele sem hesitar.
A união veio no momento seguinte.
As cores dos fogos de artifício e misturavam com suas lágrimas emocionadas, formando uma tinta que vai colorir todas as estações para o resto de suas vidas.
–FIM–
O autor tem algo a dizer:
Sou grato a todos vocês que podem ler isso e tolerar esse eu imaturo. Não sei o que há nesses personagens infantis sob a minha pena que te deixam feliz ou mesmo triste por eles, mas são seus comentários que sempre me tocaram. Pelo menos, me permite saber que alguém está esperando por uma pessoa, mesmo que tão imatura.
Não gosto de 47, não gosto de 49, então aconteceu de ser 48 (capítulos).
Obrigado pela companhia, pelo carinho [reverência]