Little Fox - Capítulo 1 – Primeiro encontro
Nevava pesadamente por três dias, e toda a floresta da montanha estava coberta de branco.
As montanhas foram totalmente soterradas pela neve pesada e a pequena raposa passou a maior parte do dia vagando sem encontrar comida.
As sensações de fome e frio eram demais para ele, ficando cada vez mais difícil para andar.
Finalmente, ele se deparou com uma cabana de palha com luzes na encosta, com sons de galinhas vindo de lá.
A raposinha lambeu as patas, cautelosa com a aproximação de humanos, mas, mortificada pela fome, fez seu caminho para o local.
Era sua primeira vez roubando e sua técnica era, sem dúvida, inadequada. Tinha quase conseguido quando a galinha em suas patas grasnou.
Imediatamente depois, um homem com um casaco de pele saiu da casa, brandindo um grande pedaço de pau na mão e bateu impiedosamente sobre ele.
A raposinha chorou de dor, abandonou a galinha e mancou de volta para sua caverna cinzenta.
A caverna estava sombria, com pouca luz do céu. Os poucos raios de luz que vazaram de fora apenas permitiram que a raposa examinasse as feridas em seu corpo. Suas belas patas dianteiras estavam quase quebradas. Ele cuidadosamente lambeu os fios de sangue em suas feridas com sua pequena língua. Seus olhos ficaram vermelhos de dor e lágrimas brilhantes se aglomeraram.
Quando seus ferimentos sarassem, ele teria que ensinar uma lição àquele homem!
Esse incidente foi amargamente anotado no coração da malvada raposinha.
Ele era apenas um demônio que ainda não havia assumido a forma humana. Apesar de sua juventude e baixo cultivo, estar com fome e frio não o mataria. Só se sentiria doente, como resultado.
A pequena raposa havia curado suas feridas na caverna quando a neve derreteu.
Ele seguiu o caminho anterior e se esgueirou ao lado da pequena cabana de palha novamente. Felizmente para ele, a pessoa que o havia espancado nele naquele dia não estava presente.
A raposinha orgulhosamente pegou duas galinhas e estava prestes a partir quando ouviu um bebê chorando na casa.
Ele se inclinou e espiou pela janela, onde viu um bebê na cama e uma linda mulher dormindo ao lado dele.
A mulher nasceu linda, com pequenos lábios de cereja em seu lindo rosto. Sua tez, no entanto, não estava boa. Seu rosto estava pálido e magro, suas sobrancelhas arqueadas e ela não acordou, apesar dos soluços da criança.
Os olhos da raposinha brilharam com malícia quando ele jogou as duas galinhas que estava segurando e pulou levemente pela janela entreaberta. Ele pulou na cama, agarrou o bebê enfaixado com as patas dianteiras e rapidamente escorregou para fora.
O bebê era magro e enrugado, como se tivesse nascido recentemente. Não teve medo e não chorou quando o viu e seguiu a pequena raposa de volta para a caverna com os pequenos olhos, negros e piscantes.
Uma pessoa e uma raposa se entreolharam enquanto a raposinha avaliava, curiosamente, o novo companheiro roubado.
A caverna estava gelada e a pequena criança ficou azul de frio, começando a chorar alto.
A raposinha ficou tão irritada com o choro que quis jogá-lo para fora da caverna, mas vendo como era patético, não aguentou, então o embalou em sua mandíbula para levar de volta, aproveitando o fato de que ainda não estava escuro.
…
A pequena raposa deixou essa montanha no início da primavera para brincar nas matas vizinhas.
Alguns anos depois, ele voltou.
Foi uma curiosa coincidência que ele se lembrasse do bebê enrugado ao passar pela pequena casa de palha, na encosta da montanha.
Eu me pergunto se ele cresceu?
A pequena raposa abanou sua linda e enorme cauda, cor de coral, e rastejou na penumbra da noite. A cabana de palha estava envolta no escuro, e espirais de fumaça subindo pela chaminé da cozinha pairava sobre ela. Era tranquilo e relaxante.
A janela do lado sul do pequeno quarto estava meio aberta, e ele podia ver uma criança com seu cabelo em dois coques sentada à mesa, brincando com uma tigela de porcelana branca na frente dela.
O vapor que subia da tigela flutuou pela janela e a pequena raposa detectou o aroma de peixe. A fragrância única agrediu as narinas da raposinha, fazendo-o babar. Ele não pode deixar de pular a janela e descansar em suas patas traseiras.
Não era mais a raposinha que foi perseguida e espancada naquela época. Agora havia vários anos de cultivo. Mesmo que o garoto gritasse por seu pai, ele não se incomodou. A raposinha saltou, sem medo, sobre a mesa. Ele ficou surpreso quando viu, claramente, o rosto da criança.
Quando o viu, a linda criança ficou igualmente surpresa e esqueceu de comer o macarrão que estava segurando.
Depois de um longo tempo, a criança estendeu a mão e acariciou o pelo da raposinha, dizendo em um tom, terno e claro: “Uau! Que linda raposa!”
Foi a primeira vez que a raposa foi acariciada por um humano, e ficou imediatamente envergonhado e infeliz. Queria abrir a boca e morder a criança.
No entanto, a criança inesperadamente, o pegou em seus braços.
Com um sorriso mais deslumbrante do que a flor de ameixa vermelha na neve, a criança o abraçou e se esfregou contra seu pescoço: “Porque correu para dentro de casa, pequena raposa? Está realmente com fome?”
A raposinha não disse nada, mas seus olhos brilhantes e claros estavam fixos nele.
Com um pouco de ar lamentável contendo amargura escondida.
A criança deu um tapinhas em sua cabeça, empurrou a tigela fumegante de macarrão e com sopa de peixe à sua frente e sorriu: “Coma rápido e depois volte. Se meu pai o vir, ele o pegará e o espancará até a morte”.
A raposinha latiu e mostrou os dentes.
Ele vai me dispensar com uma mísera tigela de macarrão, depois de me tocar e me abraçar?
No entanto, o aroma do macarrão e do peixe era muito atraente. Ele virou sua enorme cabeça fofa em desprezo, então rapidamente a virou de volta. No final, não sobrou nada naquela tigela.
Vendo que ele gostou, a criança riu: “Você comeu tudo, você é uma raposa gulosa”, e brincou com suas orelhas peludas enquanto ria.
A raposinha bufou e o ignorou.
“Se não tiver nada para comer no futuro, venha me procurar, mas não deixe meu pai ver você. Meu pai é um caçador. Será impossível para você fugir dele”. A criança o exortou suavemente enquanto o carregava até o parapeito da janela.
A raposa saiu pela janela e fugiu.
Depois disso, ele foi várias vezes à casa da criança para conseguir uma refeição. Mas depois de algumas refeições gratuitas, sentiu-se um pouco envergonhado. Vou trazer para ele algumas framboesas silvestres que só crescem no topo da montanha na próxima vez que for visitá-lo.
A criança parecia ser diferente das crianças humanas que ele havia encontrado anteriormente. Não tinha medo dele e até se atreveu a acariciá-lo, provocá-lo e embalá-lo para dormir.
Começou o inverno novamente em um instante.
Os invernos nessa montanha eram rigorosos, sem calor ou comida. A pequena raposa se acostumou com a liberdade e partiu antes do inverno, ansiosa para encontrar novos amigos com quem brincar. Porém, percebeu no meio do caminho que havia se esquecido de se despedir da criança.
Ele fez a mesma coisa, passando vários anos fora antes de retornar.
Afinal, foi nesta montanha que ele nasceu. Mesmo que tenha estado em tantas outras, ainda teria que voltar para sua cidade natal.
Quando a raposinha voltou, imediatamente pensou em procurar a criança.
Era primavera e os botões de pêssego da floresta estavam em plena floração, suas pétalas cor-de-rosa dançando na brisa. A pequena raposa voltou para a pequena cabana, segurando uma das melhores flores de pêssego em sua mandíbula. Surpreendentemente, estava vazio e não havia sinal da pessoa que ele queria ver. Havia uma pequena sepultura fora da cabana e a terra parecia fresca.
Ele saiu?
A raposinha voltou com a flor de pêssego na boca, um pouco abatida no coração.
No caminho de volta para a caverna da raposa, ele ouviu alguém gritando por socorro. Procurou a origem do som e descobriu um grande sumidouro.
(sumidouro: orifício, fenda ou similar; por onde algo some, desaparece; abertura por onde a água escoa, escoadouro)
Um menino de onze ou doze anos estava parado no fundo, com sua bela figura e um par de olhos claros e brilhantes em seu rostinho.
A raposinha o reconheceu imediatamente como sendo SuYu, o menino que já havia lhe dado macarrão com sopa de peixe.
SuYu pareceu reconhecê-lo também: “Pequena raposa, você finalmente voltou”, ele exclamou, seus olhos brilhando em um instante.
Que fofo ❤️