My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 28 - Unicórnio estúpido
Quentina e Kyfayar agarraram um galho, cada um, para perseguir o unicórnio.
“É tudo culpa sua! Fomos expulsos pelo proprietário!”
“Lorde Augusto ainda está doente! Como acha que ele vai ficar?”
O unicórnio uivou: “Eu não sabia que aquele esqueleto tinha um coração tão frágil e que não seria capaz de suportar um ou duas palavras! Ele não responde como Augusto!”
“É porque Lorde Augusto é tão bom! Tão gentil! Você tem uma boca tão barata e Lorde Augusto ainda não te expulsou!”
“Você arruinou nossas férias tão maravilhosas! Como vai pagar por isso?”
O unicórnio continuou: “O que há de tão maravilhoso? O prazer de morar em uma casa tão pobre que nem tem água corrente?”
“Chama-se ecoturismo natural. O que você sabe?”
“Claro que não são boas férias, você fez Augusto ficar doente”
O unicórnio correu gritando: “Eu estava errado! Vou levá-los embora! Parem de brigar!”
Pela primeira vez na vida ele violou seus próprios princípios e carregou três pessoas para a ponte. O unicórnio era tão rápido que demorou menos de uma hora para alcançar o cânion e cruzar para o outro lado do desfiladeiro.
O desfiladeiro estava vazio e a ponte suspensa quebrada pendia do penhasco e balançava fracamente com o vento.
“O que vamos fazer? Esta ponte…”, Kyfayar olhou ansiosamente para as cordas quebradas: “Nós… você vai pagar por isso?”
“Deixe que o unicórnio trabalhe como um camelo para conseguir dinheiro para isso”, disse Quentina.
“Sua mulher baixa! Naquele momento você estava persuadindo do lado! É sua culpa também!”
“Parem de ser barulhentos!”, Augusto gritou.
Ele estava montado nas costas do unicórnio, ainda com febre e enjoo da pobre habilidade de voo do unicórnio: “Estou tão cansado de vocês! Toda vez que tem algum problema, tenho que limpar a bagunça! Deveria demiti-los!”
Ele puxou a crina do unicórnio e o forçou a ir até a beira do penhasco.
O nobre bicho deu uma olhada com tremor para baixo e rapidamente recuou: “Augusto, quer que eu pule e que minha morte seja a compensação por isso?”
“Cale a boca!”
Augusto ergueu a mão direita, esticou os dedos e sussurrou um mantra. A luz prateada se espalhou como uma onda de sua mão.
Kyfayar exclamou: “Vi esse feitiço: é um feitiço de recuperação!”
As extremidades da ponte quebrada flutuaram para cima com uma força estranha. As tábuas quebradas voltaram a sua posição original e as cordas haviam se encaixado. Era como se o processo de quebra daquela frágil ponte tivesse sido invertido. Em um breve momento, já estava restaurada a seu estado original.
Quentina e Kyfayar aplaudiram: “Grande Lorde Augusto, agora não seremos mais processados pelo esqueleto!”
“Sabia que poderia ser consertada com magia, caso contrário, não teria causado tantos problemas”
Augusto não respondeu aos seus aplausos e seu corpo nas costas do unicórnio tremeu.
“Lorde Augusto!”
Kyfayar segurou o mago, mas como foi um pouco tarde demais, Augusto caiu. Estava pálido, com falta de ar e havia suor frio em sua testa. O jovem lobisomem sabia que isso não era bom: o mago estava doente e tinha acabado de usar magia. Deve estar fraco neste momento!
Montaram novamente e Kyfayar sentou-se atrás de Augusto. Colocou o braço em torno do corpo do outro para que o mago pudesse se apoiar contra seu peito e não cair novamente.
“Vamos unicórnio! Leve-nos para casa!”, Kyfayar pediu.
“Saia! Como posso levar vocês dois? E a bagagem?”, gritou o unicórnio.
“Deixe a bagagem. E você não pode aguentar um pouco mais? Pense no Sr. Augusto? Cadê o espírito de trabalho árduo?”
O unicórnio bufou, mas de alguma forma levou os dois e decolou diretamente. Quentina os seguia na forma de morcego. A bagagem foi deixada a floresta, não havia objeto de valor de qualquer forma e provavelmente não havia ladrões naquela região. Voltariam para buscar quando tivessem tempo.
Kyfayar abraçou Augusto firmemente para evitar que caísse e o mantinha longe do frio. A pele do enfermo estava queimando como carvão. Ele se inclinou nos braços do jovem, inconsciente, franzindo a testa ou se contorcendo de tempos em tempos, como se estivesse em um pesadelo.
Embora o unicórnio fosse conhecido por ‘viajar mais rápido do que uma jato’, não poderia voar naquela velocidade com passageiros. No entanto, foi constante e levou quase três horas para chegar em casa. Kyfayar quase foi às lágrimas quando a casa familiar entrou em sua vista.
Assim que pararam, ele saltou com o mago em seus braços. O morcego ficou à porta antes de se transformar novamente em mulher vampira. O cabelo estava chamuscado por causa de seu longo voo ao sol. Ela puxou a chave do bolso de Augusto, que era firmemente segurado por Kyfayar e abriu a porta. Ele correu e colocou o doente na cama de seu quarto.
Augusto parecia um pouco melhor por que estava de volta ao seu ambiente familiar. Kyfayar estava ao lado, na beirada da cama, preocupado, suas orelhas de lobo caídas. Quentina ajeitava o cabelo queimado.
“O que devemos fazer? Devemos levá-lo para o hospital? Mas o hospital parece distante. Os médicos de clínicas particulares da cidade fazem visitas? Deveríamos chamar alguém?”
“Mesmo que um médico faça uma visita, ele só vai pedir para beber mais água e que descanse mais. Tenho visto mais melhoras com minhas poções”, disse ela.
Houve um leve gemido vindo da cama. Augusto ergueu a mão, apertou o canto dos olhos e então os abriu, injetados de sangue: “Eu… onde estou?”
“Voltamos para casa, meu senhor”
“Oh…” Augusto olhou fixamente para o teto e percebeu depois de muito tempo que era realmente seu quarto: “Desmaiei de novo?”
“Sim. Você quer ir a um hospital? Ou quer pedir uma visita de um médico da cidade?”
“Não, não é uma doença grave…”, o mago disse vagamente: “Só preciso dormir”
“Precisa de alguma coisa? Tudo bem se quiser tomar banho. O banheiro de casa tem água quente”
“Não, não… só quero descansar”, a voz dele diminuiu enquanto falava e sua sonolência apareceu em suas sobrancelhas.
“Posso trocar suas roupas por seu pijama?”
Ele não sabia se era o poder da doença ou sua sinceridade, mas Augusto acenou com a cabeça.
Kyfayar disse a Quentina: “Você pode fazer alguma comida? Sr. Augusto não tem uma boa refeição desde a noite passada”
“Bem, deve haver alguma coisa em casa”
Depois que ela saiu, Kyfayar tirou o pijama de Augusto do armário e o ajudou a trocar. O mago estava meio adormecido e meio acordado, sabendo cooperar com ele.
Quentina rapidamente fez uma sopa de vegetais e Kyfayar deu meia tigela para Augusto, que disse que não tinha apetite voltou para a cama, encolhido em uma colcha suave. De vez em quando, o jovem lobisomem media a temperatura dele, apesar de não ser alta, a temperatura não baixava.
Ao cair da noite, Kyfayar desligou a luz do teto do quarto e acendeu apenas a luz da parede. Estava quase na hora do jantar, e mesmo que o doente não tivesse apetite, tinha que ser forçado a comer alguma coisa. O jovem rastejou até a cama e gentilmente empurrou o mago: “Acorde, é hora do jantar”
Imerso no sono, Augusto parecia não querer acordar. Kyfayar o chamou várias vezes antes de abrir os olhos. Ele vagamente viu o jovem ao lado de sua cama, parcialmente iluminado pela luz e parcialmente escondido na penumbra. Era como se nem estivesse acordado.
“Ãh? Quem está aí?” ele murmurou: “Cavaldien? É você?”