My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 31 - Coração e alma
“Mas algumas coisas não podem ser compartilhadas. É como a taça do Desafio Mágico: apenas uma pessoa pode obtê-la”
“Se é uma coisa que eu não posso compartilhar com você, então não deve ser uma boa coisa. Não quero esse tipo de coisa. Existem milhares de coisas boas no mundo”
“Existem milhares de pessoas no mundo. Quem sabe se um dia você vai pensar que elas são mais importantes e desistir de mim?”
“Isso não pode acontecer por que eu gosto de você”
Augusto interrompeu: “Já chega! Já ouvi o suficiente! Não faz sentido! Não deveria ter dito isso a você! Saia daqui!”
Kyfayar mordeu o lábio enquanto olhava para Augusto.
O mago repetiu: “Saia! O que ainda está fazendo aqui?”
O outro finalmente largou sua mão. Augusto estava livre e recuou imediatamente para o centro da cama e puxou a colcha para se cobrir. Contudo, Kyfayar não obedeceu e não saiu. Ele agarrou Augusto pelo ombro e o beijou em seus lábios.
Augusto ficou paralisado.
Instintivamente empurrou, mas o jovem não se moveu e o segurou firme. Uma vez que estava fora da cadeira, estava em cima do outro. Quem sabe foi por causa de estar doente e fraco que ele não usou magia no lobisomem. Kyfayar o forçou a abrir seus dentes, enfiou a língua e explorou toda sua extensão. Uma sensação de dormência correu a espinha de fez Augusto tremer.
Ele não sabia o que fazer. Se fosse no passado, teria vencido Kyfayar e ensinado uma boa lição. Agora não queria fazer isso, não queria fazer qualquer coisa. Só queria deixar esse momento durar para sempre. Não precisava pensar em nada ou se preocupar com nada. O beijo foi forte, mas gentil e a sensação em seus lábios e línguas entrelaçadas era muito estranha, mas o fez estremecer de felicidade. Sendo assim, desistiu de lutar e deixou Kyfayar beija-lo profundamente.
Quando estava quase sem fôlego, Kyfayar o soltou. Augusto cobriu seus lábios vermelhos e inchados e seus ombros estavam tremendo. Não tinha certeza se era frio ou raiva.
“Você… seu devasso…”, suas cordas vocais falharam, ele mal conseguia terminar uma frase: “Saia daqui! Não quero vê-lo de novo!”
“Eu não irei! Mesmo que me afaste, não irei!”
“Você… vire-se! Vire-se!”
Kyfayar ficou surpreso: “O que está havendo?”
“Vire-se!”
O jovem lobisomem de alguma forma se virou, deitado na cama. Augusto o abraçou por trás, os braços em volta do seu peito, a testa contra suas costas, abraçando-o como um coala segurando uma árvore de eucalipto.
O coração de Kyfayar estava disparado. Desta forma, poderia Lorde Augusto detectar seu coração acelerado? Depois de um longo tempo, houve um som fraco como um zumbido de um mosquito.
“Não vá, Kyfayar…”
Havia um soluço na voz. O jovem sentiu a parte de trás de sua camisa umedecer.
“Não me deixe. Não me deixe só…”
Ele não pôde dizer uma palavra. Algo engasgado em sua garganta. Só podia segurar a mão de Augusto contra seu peito e sussurrar: “Mn… eu não vou”
Lorde Augusto foi enganado e traído e tinha um passado triste. Agora era tudo diferente, Kyfayar estava aqui pra ele.
Cavaldien era mesmo calculista, porque ele o enviou para cá? Estava tentando compensar alguma coisa ou queria apenas expiá-lo? Nada importava agora, o importante é que estava aqui, com Augusto. Faria o melhor para protege-lo. Tornar seus dias confortáveis, cheios de felicidade.
Os soluços por trás dele eventualmente pararam e a respiração de Augusto tornou-se constante e regular. Deve ter adormecido. O jovem lobisomem aproveitou ser abraçado por um tempo, então cuidadosamente puxou o braço do outro e colocou um travesseiro em seu lugar. Augusto não acordou, jogou os braços em torno do travesseiro e se virou com ele. Murmurou algumas palavras que ninguém compreenderia e caiu em sono profundo.
Kyfayar o cobriu com sua colcha e ajeitou seu cabelo castanho bagunçado na cama. Os olhos do mago estavam manchados de lágrimas, mas suas sobrancelhas não estavam mais franzidas. O jovem esperava que ele tivesse colocado o fardo do seu coração para fora e que não se preocupasse mais em seu sono.
Ele se abaixou e beijou Augusto no canto dos olhos: “Boa noite, meu senhor”, então pegou os utensílios com a bandeja e deixou calmamente o quarto.
No dia seguinte, Kyfayar foi acordar Augusto com uma xícara de chá preto quente. Entrando no quarto, a cama estava vazia e o homem estava sentado em frente a janela com seu pijama fino, olhando para longe. O vento frio estava invadindo o quarto pela janela aberta.
O jovem lobisomem gritou ao pousar rapidamente a xícara de chá e correu para fechar a janela. Ele repreendeu: “Como pode sentar-se aqui no frio apenas de pijama? Ainda está doente!”
Augusto respondeu: “Estou bem”
Kyfayar suspeitou e colocou a palma da mão na testa do mago, que subconscientemente encolheu antes de permiti-lo. A testa dele não estava mis quente, o calor tinha, milagrosamente, se dissipado. Além de parecer um pouco abatido por causas desses dias de fraqueza, ele parecia completamente normal.
Mas o jovem lobisomem ainda estava preocupado: “Talvez seja um alívio temporário da febre. É melhor voltar e deitar-se”
“Eu… estou bem”
Kyfayar tirou o ímpeto que aprendeu com Quentina e disse em uma voz forte: “Não. E se você ficar doente de novo? Pelo menos tire outro dia de folga para certificar-se e que o resfriado não volte”
Augusto puxou o pijama e, de mau humor, virou a cabeça no sentido contrário a direção de Kyfayar quando disse algo incompreensível.
Kyfayar armou seus ouvidos: “O que você disse?”
“Eu disse… estive pensando desde quando abri meus olhos hoje”. Abaixou a cabeça e, quanto mais ele falava, mais baixa sua voz ficava.
O lobo teve que se concentrar em suas palavras.
“Nós…você quer… tentar namorar?”
Os pelos da cauda de Kyfayar se arrepiaram. Não podia acreditar no que estava ouvindo: Lorde Augusto estava dizendo algo explosivo! Ele estava sonhando?
“Parece que eu ouvi errado…”
“Você ouviu direito”
“Está falando sobre ‘namoro’ que conheço?”, Kyfayar estava eufórico.
A cabeça de Augusto baixou ainda mais e ele viu o rubor das bochechas até a base das orelhas.
“Se você não quiser…”, murmurou rapidamente.
“Eu quero! Eu quero!”, Kyfayar abraçou Augusto e sacudiu o corpo do outro violentamente. Ele o levantou do chão e o girou três vezes: “Devo estar sonhando! Como poderia imaginar uma coisa tão linda? Me dá um beliscão para eu ter certeza!”
Em vez de beliscá-lo, Augusto puxou com força sua cauda.
“Owww!”, Kyfayar estava tão choroso de dor que exclamou: “Pare de puxar! Dói! Agora sei que é verdade! Não é um sonho!”
“Humph!”, Augusto, parecendo infeliz, voltou para cama e foi para debaixo da colcha.
O jovem lobisomem esfregou as nádegas e sua cauda caiu fracamente. Ele pensou que era razoável para os seres humanos perderem suas caudas no processo de evolução. A cauda era uma grande fraqueza!
“Bem, então… o que devo fazer? Quero dizer, já que nós… deve haver alguma mudança?”, perguntou timidamente.
Augusto semicerrou os olhos: “Como de costume”
“Oh… eu trarei seu café da manhã mais tarde”
Com isso, Kyfayar avançou, animado, e deu um beijo na bochecha de Augusto. O mago, embora contrariado, não rejeitou. O jovem lobisomem dançou em seu caminho escada abaixo; as pessoas não sabiam o que tinha acontecido e pensaram que estava executando um número musical.
Lorde Augusto aceitou! Lorde Augusto aceitou!
Ele nunca pensou que um dia se tornaria realidade! O ar parecia estar particularmente fresco, o tempo estava particularmente refrescante, o unicórnio parecia particularmente bonito e até mesmo a campainha parecia particularmente agradável.
“Campainha?”
Ding-dong-ding-dong.
Estava tão feliz que quase ignorou a campainha. Correu e abriu a porta. Fora estava um esqueleto em uma capa preta, segurando um balde. Várias malas estavam empilhadas aos pés dele. Kyfayar reconheceu quer eram as malas que deixaram na floresta e que eles se esqueceram de voltar para pegá-las.
“Er… é você, Sr. Proprietário?” Kyfayar hesitou.
O esqueleto parecia semelhante a qualquer outro, e sabe-se lá Deus se era mesmo o dono da casa de férias.
“Você tem cegueira?” o esqueleto perguntou.
“Sr. Leopoldo? O que posso fazer por você já que veio até aqui?”
“Descobri que deixaram sua bagagem na floresta”, o esqueleto disse: “Depois que saíram, acalmei-me e pensei sobre isso com cuidado, descobri que estava errado na minha atitude. Mesmo que minha ponte suspensa tenha sido danificada, eu deveria ter encontrado um advogado para lidar com isso. Não deveria simplesmente varrê-los para fora da casa. Além do mais, Sr. Augusto estava doente. E então descobri que a ponte foi consertada – acho que por alguma magia. Resolvi trazer o que foi deixado lá”
Que resultado inesperado! Kyfayar pensou que nunca veriam o proprietário esqueleto novamente, não esperava tal reviravolta.
“Muito obrigado. Entre rápido, deve estar cansado”, o jovem lobisomem não sabia se esqueleto podem se cansar, mas certamente era bom ser educado.
“Não, não. Sr. Augusto já se recuperou? Lamento incomodá-lo. Por favor, aceite este presente. Sr Augusto não odeia isso, não é?”. O esqueleto entregou a Kyfayar o balde.
Estava cheio de peixe vivo. Havia mesmo um lago perto da cabana. Eles até planejaram ir pescar. Infelizmente foi quando o mago caiu doente.
“Acho que gosta muito de peixe”, Kyfayar comentou: “Como chegou até aqui? Nós não mencionamos nosso endereço”
“Eu sabia que os Hollich viviam em Radier, neste Condado, então fui à cidade para perguntar aos locais. Quando mencionei Augusto, eles sabiam quem ele era”
Kyfayar imaginou o Sr. Esqueleto segurando uma grande placa na rua com os dizeres ‘você sabe onde mora o mago Augusto?’. Os transeuntes estremeceram de medo e tiveram que dizer a verdade.
“Você passou pela cidade tão casualmente?”
“Há um Desfile de Zumbis ou coisa assim. Muitas pessoas estão fantasiadas estranhamente, eu não parecia muito chamativo. As pessoas também me elogiaram pela minha maquiagem perfeita e roupas originais! Não entendo muito bem o que significa, mas deve ser um elogio”
“Bem, deveria ser. Eu não sei”, o jovem lobisomem comentou.
Os dois trocaram saudações por um tempo. Então, o proprietário esqueleto saiu e disse que iria à cidade para dar uma boa olhada no chamado Desfile de Zumbis. Kyfayar acenou para ele e levou as malas para dentro de casa. Assim que estava prestes a fechar a porta, o unicórnio apareceu.
“O que o esqueleto deu a você?”, havia uma luz animada em seus olhos: “Posso pegar?”
“Um balde de peixe vivos. Você quer comer? Não se contenta com grama?”
“Humph! Só alguns peixes? Será que pensa que somos mendigos? Que não podemos pagar por peixe? Não sei nem o que dizer!”
“Você ainda quer dizer algo? Se não tivesse pisado na ponte suspensa, nós ainda estaríamos na casa de férias. Não só comeríamos peixe fresco, como os pescaríamos. Além do mais, você se esqueceu de trazer nossa bagagem e deixou na floresta por tanto tempo”
“Como eu poderia trazer nossa bagagem? Não tenho mãos, seu idiota!”