My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 32 - Visitante inesperado
Augusto sentou-se no sofá da sala em silêncio enquanto olhava para um recém recebido Jornal Acadêmico do Mundo da Magia. O que o incomodou é que não conseguia ler uma palavra. Os nomes próprios, que já eram bastante obscuros e difíceis de entender, eram como uma linguagem estranha que fazia sua mente ficar inchada.
Ainda tinha Kyfayar que estava se movendo como uma abelha, não tão produtivo como uma abelha, mas zumbindo muito como uma abelha.
“Lorde Augusto, gostaria de um pouco de chá?”
“Lorde Augusto, gostaria de um lanche?”
“Lorde Augusto, gostaria de um cobertor?”
“Lorde Augusto, posso abrir a janela?”
“Lorde Augusto…”
O mago jogou seu jornal: “Muito barulho! Cale a boca! Não pode ficar quieto por um tempo?”
Kyfayar fechou a boca e disse que se calaria. Ele ajudou o mago a pegar o jornal de volta – como um servo inteligente faria, Augusto murmurou em seu coração – aproximou-se do mago, deu um selinho em seus lábios sem qualquer permissão e depois voou para a cozinha antes que Augusto ficasse zangado.
Augusto cobriu a boca e corou: “Como você ousa?”
Kyfayar colocou a cabeça para fora da cozinha: “Não estamos namorando? O que há de errado com um beijo?”
“Quem permitiu que você falasse?”
Kyfayar fez uma careta, seu rabo balançando como um ventilador elétrico girando. Augusto pensou amargamente que quando o próximo lote de ervas chegasse ele iria imediatamente para o laboratório de alquimia e se trancaria para produzir uma poção para acabar com as orelhas fofas e a cauda felpuda do lobo. Desta forma, nunca teria que ver a cauda cabeluda balançando na frente dele. Era como se a ponta de seu coração fosse arranhada.
Ding-dong-ding-dong.
A campainha tocou.
Augusto nem se mexeu: “Kyfayar, abra a porta!”
O jovem lobisomem saltou para a porta. Antes que pudesse abri-la, a campainha tocou novamente. O visitante estava impaciente demais para esperar.
Ele abriu a porta, pensando que era Quentina ou o Sr. Leopoldo, ou até mesmo o unicórnio, que sempre corria para casa para tomar um banho (que parte do seu corpo usaria para tocar a campainha?). O resultado foi inesperado – o visitante era um jovem estranho.
“Pois não?”
O jovem tinha cabelos escuros, que eram diferentes dos cabelos de uma pessoa comum. Seu cabelo tinha mais um tom de roxo escuro, como algum metal estranho. À primeira vista, tinha a mesma idade de Kyfayar, mas depois de um tempo, sentiu-se que poderia ser muito mais velho do que ele, era jovem somente na aparência. A expressão do jovem era indiferente e mostrava um traço de impaciência.
Diante de Kyfayar, que veio recebê-lo, ele não mostrou nenhuma expressão gentil em seu rosto, como se o jovem lobisomem fosse apenas uma escultura na frente da porta. Kyfayar sentiu que era o jovem quem parecia mais com uma escultura. Seu rosto estava muito profundo, como um homem ideal esculpido por um mestre. Ninguém podia olhar para isso.
Se havia algo incomum nele eram seus olhos, que também eram bastante diferentes. Sua íris era de ouro âmbar e as pupilas eram em forma das de répteis. Assim que alguém notasse seus olhos, não podiam evitar de achá-los assustadores. De fato, Kyfayar estava tão assustado que o pelo de sua causa de arrepiou de imediato.
“O Grande Mago, Lorde Augusto está?”, o jovem perguntou indiferente.
“Sim. Quem é você? O que posso fazer por você? Ei, ei… espere um minuto!”
Ao ouvir Kyfayar dizer que ‘sim’ o jovem rudemente empurrou a porta e entrou direto sem nem trocar os sapatos. Vinha com uma mala enorme entrando porta a dentro. O jovem lobisomem não sabia se o impedia ou se o recebia, estava atordoado na entrada.
Enfim, só podia anunciar: “Lorde Augusto! Alguém está procurando por você!”
O jovem foi entrando na sala e olhando o ambiente circundante, como se fosse um soldado à procura de um terreno favorável para uso no campo de batalha. Augusto levantou a cabeça de sua leitura acadêmica de magia e olhou para o outro caminhando desde a porta, sentando-se e, em seguida, deitando-se no sofá de maneira casual, como se ele fosse o mestre daquela sala.
Augusto olhou hesitante para o desconhecido, depois para Kyfayar à distância: “Seu conhecido?”
Kyfayar exclamou: “Este não é seu conhecido?”
“Que piada! Não conheço essa pessoa de jeito nenhum!”
“O quê? Achei que fosse seu amigo, vendo como está tão familiarizado com este lugar”
“Como eu poderia ter um amigo?”
Seu olhar se voltou para o jovem. Ele havia cruzado as pernas e estava batendo os dedos no joelho ritmicamente, como um cliente sentado em um restaurante, esperando o garçom vir servi-lo.
“Você é Augusto Hollich?”
Que desconcertante! O mago gritou em seu coração. Por que um estranho entrou em minha casa no início da manhã como um velho amigo que conheci há muitos anos? De qual Inferno ele veio? Qual é o problema com Kyfayar? Como pode deixar estranhos entrarem?
Ele fechou o jornal e o pôs de lado.
“Eu sou Augusto Hollich. Quem é você?”
“Não precisa saber meu nome”
“Que maldição!”. Augusto praguejou: “Agora, então devo receber estranhos arrombando minha casa? Bem, o que posso fazer por você?”
“Vim buscar sua ajuda”
Que grande maneira de pedir ajuda?
Augusto conteve sua raiva e disse sarcasticamente: “Não parece querer ajuda de maneira alguma”
O jovem olhou para ele como se dissesse ‘Já vim até aqui, o que mais você quer?’.
“Se não houver nada de importante, vou pedir que saia!”, o mago ameaçou.
O outro parou de bater os dedos: “Não é o Grande Mago bem informado? Deve ter ouvido a histórias como do ‘dragão leva a princesa’?”
“Sim, mas existe alguma conexão?”
“É por isso que vim para pedir sua ajuda”
O cérebro de Augusto estava trabalhando rapidamente. O dragão pegou a princesa – o rei procurou por um guerreiro – o guerreiro derrotou o dragão… Oh espere aí. Ao pedir ajuda, esse jovem deve estar desempenhando o papel do rei dessa história.
“Você quer dizer que uma mulher, conhecida sua, foi pega por um dragão então quer que eu ajude a resgatá-la?”
“Não”. O estranhou olhou tristemente para Augusto, como se o outro fosse mentalmente afetado.
“O que diabos quer então?”
“Um homem descaradamente invadiu a minha casa e eu não consegui me livrar dele. Acho que tenho que morar aqui com você até que isso seja resolvido. Tenho toda minha bagagem aqui, deixe seu servo lobisomem levá-la. Não há nada que eu possa fazer. Só posso perguntar ao Grande Mago Augusto por ajuda. Por favor, afaste o homem para mim”
“E não é um problema seu?”
O jovem olhou novamente para Augusto com pena: “Não”
O mago tinha uma dor que parecia que ia dividir sua cabeça. Esse cara é psicótico? Bem, antes de mais nada, é melhor estabilizá-lo. É terrível que uma pessoa assim fique mais agitada. A propósito, temos que chamar a polícia para ver se há alguma pessoa desaparecida nas proximidades!
“Oh, Kyfayar, traga a bagagem deste cavalheiro”, Augusto exclamou com alguma afetação.
Kyfayar murmurou algo, levantando a mala que o outro havia trazido. Pensou que era uma mala comum com algumas roupas dentro, então não esperava que fosse tão pesada! Ele gritou e a bagagem caiu no chão com um forte estrondo.
“O que tem na sua mala? Uma coleção de pedras?”, lamentou enquanto pegava novamente.
Não deu dois passos quando ouviu o som. A mala não pôde suportar o peso dos objetos dentro e ela rachou-se inteira. Uma pilha de coisas brilhantes escorregou para fora e quase cegou Kyfayar!
“Essas são… moedas de ouro? Tantas moedas de ouro? Uma mala de moedas de ouro?”, Kyfayar exclamou.
Augusto preparou imediatamente um feitiço de defesa. Pensou que o jovem não fosse um louco, mas sim um ladrão. Correndo para sua casa logo após roubar um banco faria com que a polícia pensasse que eram cúmplices. Não, como um cidadão cumpridor da lei, ele deve chamar a polícia sem demora!
O jovem olhou para as moedas lentamente: “Não entrem em pânico, são todas minhas”
“Suas?”
“Minha propriedade legal e privada. Acha estranho levar dinheiro em uma viagem?”
“Não é estranho sair com dinheiro, mas é estranho levar uma mala cheia de moedas de ouro!”
O jovem suspirou: “Bem, muito bem… é isso, só posso dizer a verdade: sou um dragão”
Um silêncio constrangedor se seguiu.
Ele nem se importou com os olhares e continuou: “Sou um dragão. Um homem invadiu meu ninho rudemente e até me agarrou sem vergonha alguma. Não tive escolha a não ser vir aqui e pedir a ajuda do Grande Mago Augusto”
“Espere, espere! Já que é um dragão, por que não afasta o humano? Poderia simplesmente tê-lo matado”
O jovem mostrou surpresa: “Em que época estamos? Como posso matar pessoas casualmente? Isso é crime!”
Um bom dragão seguidor das leis.
“Que tipo de princesa foi capturada pelo dragão? O que tem a ver com essa situação?”
“Nada. Ouvi dizer que vocês humanos gostam de dar voltas nas conversas. Tem que dizer algo irrelevante, para depois começar a falar sobre negócios. É por isso que mencionei sobre a história do dragão tomando a princesa”
“Você mal compreende a humanidade!”
“Ah, sim? Mas nossa conversa correu tão claramente”
“Mas que droga! Por que diabos me pede ajuda? Ligue para a polícia! Bem, se bem que… nem sei se há uma polícia encarregada do povo dragão neste mundo…”
“Por que o homem que se apossou do meu ninho tem um status especial. É dito que apenas Augusto Hollich pode se igualar a ele nesse mundo. Caso contrário, eu não teria viajado todo caminho para um país tão remoto”
O mago, de repente, teve uma premonição sinistra: “Qual é o nome desse intruso?”
O dragão disse um nome. Augusto não achou estranho saber que era ele. Essa pessoa era mesmo capaz de fazer isso!
“É um mago que se iguala a você! É chamado de Grande Mago Cavaldien!”