My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 34 - Tomando-o de volta
O Grande Mestre Mowanya se recostou sobre o balcão, sua cauda enrolada na forma de um gancho. Quando ouviu alguém chegando, suas orelhas mudaram, mas ele nem sequer disse ‘Bem-vindo’. Ignorou completamente o fato de que ele era o cabeça da loja e que tinha que servir os clientes.
Então, uma mão torceu a pele ao redor de seu pescoço e o suspendeu no ar.
“Acorde! É realmente preguiçoso! Como pode ganhar dinheiro administrando esse lugar assim?”
O Grande Mestre estava com raiva e não conseguia se mexer: “Presunçoso! Maníaco bruto! Ponha-me de volta!”
A mão de repente o soltou. Felizmente era um gato e pousou habilmente. Ao ver o rosto do visitante, seus bigodes tremeram de raiva.
“Augusto, é você, menino?”
“É essa sua atitude com os convidados?”, o mago cruzou seus braços contra seu peito.
“Sua atitude para com o mestre também não foi muito boa”
“Pelo menos preste algum serviço básico ao cliente!”
“Agora não é horário de trabalho. Não servimos comida entre duas e cinco da tarde”
“Nunca ouvi falar nessa regra”
“Isso é porque você nunca vem aqui!”, com isso, o Grande Mestre olhou Augusto em descrença: “Como é que você está aqui hoje, em um dia tão atípico? Sua empregada vampira está em greve de novo?”
“Quentina nunca esteve em greve!”, Augusto ergueu a voz: “Você faz entrega de comida?”
O gato engasgou: “O que deve vir, virá! Depois de anos de luta psicológica, finalmente decidiu que seria um ‘bom-para-nada’ caseiro?”
“Não! Droga! Como você pode pensar nisso?”
“Você não é? Oh, meu Deus, isso é bem anormal! Deve ser o precursor de alguma catástrofe”
“Claro que não”, Augusto queria dar um soco no gato, mas se conteve. Grande Mestre Mowanya não é apenas um nome ou título, o gato pode soprá-lo para a lua: “Estou apenas pedindo comida para viagem! Faz ou não?”
“Em teoria, sim”
“Em teoria? Por que será que parece suspeito?”
“Toda vez que alguém pede comida para viagem, digo que o restaurante está cheio e que levará duas horas para o entregador ficar disponível. Quando ouvem isso, geralmente vão embora”
“Seu entregador é tão relaxado”
“Não tenho entregador, há-há-há”
“Deve ter usado alguma magia baixa para ter mantido este restaurante aberto até agora”
“Sou um gato decente. Não faço esse tipo de sujeirada”. O gato bufou: “Se estiver disposto a dar gorjeta suficiente, acho que Antosa provavelmente gostaria de levar um trabalho extra – cozinheira e entregadora”
“Então, peça a ela para fazer um cordeiro assado e mandar para minha casa. Quero o cordeiro inteiro, então, prepare-o agora. Quando estiver pronto, envie imediatamente”
O Grande Mestre respirou fundo: “Um cordeiro assado inteiro? Vai usá-lo para um ritual de magia negra?”
“É para comer”, o mago disse com uma cara escura.
“Está invocando algum tipo de monstro faminto do abismo escuro?”
“Não! Droga! É quase isso… de qualquer forma, diga a Antosa para enviá-lo rapidamente”
“Oh, oh, bem, bem”. O gato respondeu.
Assim que Augusto saiu do restaurante, murmurou em voz baixa: “Hun… deve ser o monstro do abismo. Esses feiticeiros nunca se importam com as leis morais. Acho que é melhor chamar a polícia”
A porta do restaurante foi aberta abruptamente e Augusto retornou.
O Grande Mestre com a cauda arrepiada: “Não pretendo chamar a polícia! Você não é suspeito de nada!”
O mago olhou para ele: “O que disse?”
“Nada, nada! Por que voltou de repente?”
“Esqueci de levar as coisas”
“Você veio aqui de mãos vazias, como pôde esquecer algo? Deixou sua consciência aqui?”
Augusto passou pelo gato e caminhou até uma das paredes do restaurante. Lá, haviam papéis coloridos e inúmeras fotos no papel cor de rosa, todas fotos de amantes (ou pessoas fingindo ser) se beijando.
Parecia que o evento ‘Primavera do Amor’ de Mowanya havia sido frutífera. Augusto levou muito tempo para encontrar a foto dele beijando Kyfayar entre um montão de fotos. O jovem lobisomem parecia animado e corado, enquanto que o mago parecia triste, como se tivesse sido picado por algum inseto. Ele arrancou a foto da parede, olhou para ela e enfiou no bolso.
O Grande Mestre ficou surpreso: “Como você pode pegar as coisas de outras pessoas?”
“A tal coisa é minha”.
Augusto mantinha a mão pressionada no bolso para evitar que o gato pulasse e o agarrasse descaradamente. Mas o Grande Mestre apenas se curvou sobre o balcão e parecia ter perdido o interesse em repreendê-lo.
O mago deixou o local. O céu estava nublado e chuviscava levemente. Ele bufou com raiva e colocou uma barreira mágica sobre sua cabeça para impedir de se molhar. Algumas pessoas que se escondiam sob os beirais dos edifícios e à beira da estrada para se protegerem olhavam para ele com inveja, mas isso não o deixava com bom humor.
Na verdade, desde que o dragão veio para sua casa, seu humor nunca melhorou. Ele até achou que seria bom negociar com ele por alguns dias, mas já no primeiro dia ele teve um grande problema – o dragão era um glutão! Tinha comido a maior parte da comida da casa e ficou sentado na sala de jantar, batendo nos pratos lisos com o garfo pedindo a Augusto para trazer mais comida, como se fosse um mestre avarento que não alimentasse seus convidados.
(*glutão: aquele que come exagerada e excessivamente; quem come com muita pressa, mal mastigando para engolir a maior quantidade possível)
Suspirou enquanto subia a encosta, através da floresta densa e viu sua casa e o unicórnio, que estava vindo para ele a galope.
“AU-GUS-TO!”, o unicórnio gritou: “Como pode deixar um dragão viver em sua casa? Você é louco?”
“Obrigado por me lembrar do fato de que sou louco”, disse o mago sombriamente.
“Ah, você ainda quer tirar sarro? Sabe o que ele fez?”
“Ele comeu Kyfayar?”
“Isso seria bom!”, o unicórnio subiu uma oitava: “Ele comeu minha aveia! Minha aveia premium importada!”, então ele aumentou em mais uma oitava: “Que bicho descarado! Não sabe o que significa ‘etiqueta’? Como pôde deixar essa criatura entrar pela nossa porta?”
Interessante isso vindo de sua parte. Augusto pensou com tristeza. Quando olha para ele, você não se vê? As pessoas dizem que as personalidades parecidas se repelem. É natural você odiá-lo.
“Eu vou fugir de casa”, finalmente declarou.
“Mal posso esperar. Estou mesmo preocupado com o alto consumo de comida aqui”
“Augusto! Estou discutindo uma questão muito séria com você! Pode parar de fazer piadas? Eu vou fugir de casa!”
“Sim. Faça o que quiser. Você é um adulto. Não posso te manter aqui contra sua vontade”
“Vou embora e você não terá uma montaria!”
“Comprarei um carro. Já calculei cuidadosamente. Parece que o dinheiro para a manutenção de um carro é menos do que gasto com você”
O unicórnio bufou e acompanhou Augusto até a entrada da casa.
“Humph! Eu sei que te assustei! Não vou então. Ele deveria sair daqui”
No portão da mansão, o Detentor do Fogo segurava uma folha da porta, já destruída, com a mão e palitava os dentes. Kyfayar pegou a outra folha da porta e esperou, em lágrimas, que seu mestre retornasse.
“Meu senhor! Finalmente está de volta! Alguns minutos mais e ele teria começado a comer nosso sofá!”
O dragão assobiava alegremente: “Você trouxe comida de volta?”
“Fiz pedido de comida para você”
Detentor do Fogo olhou para o unicórnio por trás do mago com curiosidade.
“Você quer dizer isso aí? Também é de comer? Isso é ótimo, eu também gosto de mau passado!”
“Eu preciso fugir de casa!”, o unicórnio correu descontroladamente.
O mago esfregou as têmporas.
É sua culpa, Cavaldien! É tudo sua culpa!
“Detentor do Fogo, assim quem estiver satisfeito, iremos atrás de Cavaldien imediatamente”