My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 35 - Retorno do Dragão
“Oh! Você é um dragão! Realmente um dragão! É a primeira vez na vida que vejo um dragão!”
Antosa gritou como uma pequena fã fanática de um verdadeiro ídolo. Estava agindo assim desde que trouxe o cordeiro assado inteiro em uma vassoura, meia hora atrás.
Detentor do Fogo sentou-se calmamente, pegando graciosamente o cordeiro e colocando-o em sua boca, enquanto a mulher torcia as mãos ao lado dele. Esta cena fez Augusto involuntariamente associá-la aos leões de esbaldando nos prados e fotógrafos suspeitos, disfarçados de arbustos, esperando para capturar uma foto de tirar o fôlego.
“Gostou? Isso é tão legal da sua parte! Oh, então é assim que cabelo de dragão se parece, tão liso, como escamas! Posso tocar sua mão? Céus, está é uma pata de dragão! Posso ter uma unha cortada de lembrança? De jeito nenhum? Ah, que pena. Que tal, então, tirar uma foto? Está dizendo que sim ao balançar a cabeça? Excelente!”
Antosa disse enquanto tirava seu telefone celular, olhou para a câmera e franziu a boca. Ela se inclinou para o lado de Detentor para tirar uma ‘self’ bem feliz. Como a ação de comer do outro não foi afetada em nada, nem se importou, então, era somente a mulher divertindo a si mesma.
Augusto e Kyfayar ficaram sem palavras, esperando que o showzinho terminasse. O unicórnio estava escondido cautelosamente atrás das cortinas, ocasionalmente espiando a cabeça e em seguida retraindo rapidamente, como se ninguém pudesse vê-lo. O mago não entendia o porquê disso. Seus cascos estavam claramente expostos no final da cortina, já que não ia até o chão.
“Humph! É como entrar no Coliseu cheio de turistas”, o unicórnio respirou amargamente.
Sim, isso mesmo. Augusto pensou debilmente. Minha casa não é uma fazenda de criaturas mágicas, porque todos eles vêm à minha casa? Quem disse a eles para virem aqui? Ah, Cavaldien! É tudo sua culpa! Antes o lobisomem, agora esse dragão! A responsabilidade é sua!
Ele pegou seu notebook e escreveu uma linha de números.
Kyfayar inclinou sua cabeça: “O que está escrevendo?”
“Um conta. Vou anotar todas as despesas e exigir que Cavaldien me pague de volta”
“Acho que será mais difícil conseguir dinheiro dele do que arrombar o covil do dragão e saquear seu tesouro”
“Não será mais difícil do que enviar esse dragão de volta!”, o mago, em desgosto, fechou o notebook tão fortemente que quase o quebrou: “Detentor, está cheio? É quase hora de partir!”
O jovem dragão agarrou a parte da perna do cordeiro: “Mnn… me sinto cheio, mas não tão cheio”
“Sete por cento vazio é o mais saudável. Vamos lá!”. Augusto agarrou o pedaço de carne e jogou de volta no prato.
Detentor do Fogo olhou para ele em estado de choque, como se o mago fosse um ladrão hediondo que acabou de roubar-lhe o dinheiro que havia guardado com dificuldade: “O que está fazendo?”
“É hora de ir!”
“Ainda não terminei! Sabe o que significa perturbar um nobre dragão enquanto come?”
“Significa expulsar Cavaldien imediatamente!”
Depois de uma feroz luta ideológica, o jovem dragão pensou que era mais importante ter de volta seu ninho do que ter uma simples refeição. Sendo assim, pegou um guardanapo e limpou suas mãos.
“Por interesses maiores, temos que abrir mãos de pequenos lucros”
“Estou feliz que você tenha esse tipo de bom senso. Então, como chegou até aqui?”
“Se sua dúvida é se voei, a resposta é sim”
Augusto olhou para Antosa, que não parava de tirar ‘selfies’.
“Veio em uma vassoura como aquela bruxa? Como pôde voar com aquela sua mala?”
“De avião, é claro!”
“De avião?”
“Por que não? Não posso aprender mais sobre os meios de transportes que vocês, pessoas débeis mentais, tomam?”. Detentor do Fogo balançou a cabeça lamentavelmente. Em seus olhos, Augusto tornou-se representante dos ‘seres humanos com cérebro afetado’.
“Não é um dragão? Não pode voar sozinho? Por que usar um avião?”
“Vocês, humanos, tem pernas. Porque usam carro ou trem?”
“Ou criaturas de quatro patas?”, o unicórnio espiou por trás da cortina e voltou em um flash.
Augusto pôs as mãos na cintura: “Quer dizer que tenho que reservar uma passagem agora?”
“Tem um jato particular? Se não tiver, não fale bobagens”
O mago agarrou a cadeira em que o outro estava sentado e puxou-a para trás. O dragão uivou de dor ao cair da cadeira e cai no chão.
“Você: levante-se! Volte à forma e voe de volta!”
Detentor de Fogo massageou as nádegas: “Sonhe! Não vou deixar você andar nas minhas costas”
“Eu posso montar um unicórnio!”
“Você pode montar um unicórnio? Como pode ser? Será que você ainda é virg—”
Augusto corou: “Nada de mitos! Cale a boca! Mais uma palavra e eu congelo sua língua”
Detentor de Fogo cobriu a boca enquanto ria. Tentou segurá-la, mas um fio de fumaça ainda escapava de seus dedos. Era a primeira vez que o mago viu alguém rindo e fumando ao mesmo tempo. Era como uma cena de desenhos animado. E se de repente soltasse uma bola de fogo?
“Não ria! Cale-se! Unicórnio, não fique ai parado! Kyfayar você fica em casa!”
“Não vai me levar com você? Quem vai cuidar de você no caminho?”, queria invejosamente arranchar os olhos do unicórnio.
“Quer ver Cavaldien?”
“Não quero”
“Então é isso! Organize a casa e diga a Antosa para parar de tirar fotos”
O mago empurrou Detentor de Fogo e o unicórnio para fora de casa. Kyfayar e Antosa os acompanharam até a porta.
O jovem lobo agarrou-se no pescoço de Augusto: “Tenha uma boa viagem, meu senhor”, seu rabo se inclinou: “Estou tão preocupado com você. Pode lidar com Cavaldien sozinho?”
“Se eu não conseguir lidar com ele, não vai adiantar ter mais gente me seguindo”
“Deve tomar cuidado, ele… ele é ruim”, Kyfayar estremeceu: “Ele chegou a me ameaçar e disse que iria arrancar minha pele e fazer um cachecol”
Augusto esfregou as orelhas de Kyfayar. Pelo tão macio…
Kyfayar olhou com expectativa para ele, esperando que mudasse de ideia no último minuto. Augusto tossiu com força e passou pelas costas do outro, tentando não olhar para aqueles olhos molhados.
Atrás dele, Antosa silenciosamente mudou o celular para modo fotografia.
O jovem dragão fez as pessoas recuarem a vinte metros de distância e se preparava para transforma-se. Augusto lembrou-se da transformação do lobisomem e apertou firmemente a mão de Kyfayar. Detentor de Fogo ajoelhou-se no chão e um forte vento soprou, trazendo uma névoa escura. Quando Augusto olhou de novo, havia um dragão na grama que era maior do que sua casa!
O dragão estava coberto de escamas pretas. Havia um par de chifres ferozes em sua cabeça, espinhos afiados crescendo ao longo de seu pescoço e descendo por sua espinha até a cauda. Quando abriu a boca, Augusto sentiu cheiro de enxofre, como se estivesse prestes a espalhar fogo nos segundos seguintes. Seus dourados olhos reptilianos olharam indiferentes o pequeno grupo a seus pés.
“Oh, veja o pânico em seu rosto”, ele zombou: “Se está com tanto medo, volto à forma humana e então você pode ir reservar o ticket”
Augusto engoliu em seco. Não tenha medo! É apenas um dragão! Embora possa te fazer em pedaços com um golpe da cauda, não há o que temer! Até Cavaldien pôde enganá-lo para sua cama! Ainda é possível ter medo?
“Quem está com medo? Vamos agora”, o mago disse corajosamente: “Unicórnio, venha aqui e—unicórnio?”
Ele se virou e procurou o nobre bicho, que estava encolhido atrás de Antosa, tremendo suas quatro patas.
“Eu-eu-eu quero tomar um banho. Tenho tempo?”
“Masque cheiro é esse? Seu embelezamento não pode ser depois?”
Antosa levantou a mão: “Reportando-se ao Lorde Augusto, parece que o unicórnio se mijou todo”