My Home is not a Magical Creature Farm - Capítulo 36 - Ninho do dragão
Augusto sentou-se nas costas do unicórnio, com um rosto de madeira e olhou para o edifício à distância. Sentiu que seu rosto não poderia ter qualquer outra expressão hoje. Preferia acreditar que o vento estava trazendo alguma miragem.
Detentor do Fogo pairou sobre a cabeça dele. Tinha que mostrar sua arte de ocultação, caso contrário certamente assustaria as pessoas que não sabiam da verdade.
“Ei, Detentor, pensei que você estivesse se referindo a uma caverna ou a um túnel no chão. Não importando o quão ruim fosse, mesmo que fosse no Reino dos Anões, mas isso…”
O dragão negro abanou a cauda triunfante: “Pessoas primitivas vivem em cavernas! Em que ano estamos? Qual é o problema de querer viver em luxo e conforto?”
O ‘ninho’ deste dragão na imaginação de Augusto era uma caverna escura no meio de uma montanha ou um vale profundo cheio de lava e enxofre. No entanto, nunca esperou que o ‘ninho’, na verdade, fosse um arranha-céus de cem andares no centro de uma prospera metrópole!
De repente, sentiu que tudo aquilo era irreal. Queria fazer o unicórnio voar até o prédio e atingir a parede de vidro.
“Por que você mora em um lugar assim? Você é um dragão! Como pode alegar ser um dragão se não colocar tesouros em uma caverna?”
“Eu ouvi mesmo que vocês, humanos, estão cheios de preconceitos estereotipados em relação às outras criaturas, e parece que é verdade. O ouro em um buraco não cresce sozinho! Construí um prédio comercial no centro da cidade. O preço do terreno está valorizando a cada dia. O aluguel anual é investido e já tenho mais riqueza do que antes. Eu costumava ter uma caverna cheia de tesouros, agora governo um reino de riqueza! Além disso, mantenho minha própria residência na cobertura do prédio. O cenário é lindo. É maravilhoso ver você, uma pobre criatura de vida curta, trabalhando duro e ocupada em sobreviver todos os dias”
Quero voltar! Augusto pensou. Deixe esse cara lidar ele mesmo com Cavaldien. Não quero ajudá-lo de jeito nenhum!
“Vamos lá, mago. Há um ponto no topo do prédio. Pouse lá”, ele foi incitado por Detentor do Fogo
Muito bem, o dragão negro interrompeu sua retirada, tarde demais para escapar.
Um grande círculo com um ‘H’ foi pintado no edifício. Parecia que era usado como plataforma para pouso de helicópteros quando foi construído, mas agora, tornou-se o local de pouso para criaturas, não havia nenhuma aeronave a vista.
Ventos fortes uivaram e Augusto direcionou o unicórnio para a pista. Viu que o que estava em pé no telhado não era uma pessoa, mas…
“Ora, unicórnio, olhe: há um unicórnio preto ali!”. Augusto deu um tapinha no pescoço dele.
No canto do telhado havia uma criatura parecida com um unicórnio, mas diferente daquele em que o mago estava. A criatura preta com olhos vermelhos e um longo chifre preto sem brilho na testa, ao mover-se, fogo subiu sob seus cascos, extinguindo rapidamente.
Detentor do fogo disse: “Está vendo? É a montaria de Cavaldien. Sabendo que não há lugar para animais de estimação dentro do apartamento, deixou seu Unicórnio Negro morar em outro lugar”
Não muito tempo atrás, o unicórnio foi muito humilhado em público, então havia se decidido não abrir mais a boca, mas com as palavras do dragão, não pôde deixar de gritar: “Você tem algum bom senso? Isso não é um unicórnio! Ora, tem um dragão de centenas de anos e um mago aqui. Ele é o estômago de um cachorro!”
“Não vejo nenhuma diferença entre vocês, a não ser a cor”
“É uma grande diferença”, rugiu o unicórnio: “Sou o unicórnio sagrado da luz e da pureza. Essa é uma terrível criatura criada na escuridão – um pesadelo!”
Detento: “Mnn. É difícil de entender. Pelo que sei, entre seres humanos há os que são brancos e o que são pretos. Talvez haja unicórnios brancos e pretos”
“Já te disse que não é assim!”
O dragão não prestou atenção nele, dobrou suas asas e pousou no asfalto. Seu corpo parecia enorme e pesado, mas inesperadamente, sua aterrissagem foi leve e elegante. Quando pousou, uma rajada de ar se ergueu. O ‘pesadelo negro’ ainda estava parado e fez vista grossa para o dragão caindo do céu.
Augusto e o unicórnio pousaram a uma distância do Detentor do Fogo para evitar serem atingidos por suas asas. A nobre criatura pura olhou para o pesadelo negro com desgosto e imediatamente olhou distante: “Humph! Criatura maligna! Não quero pisar no mesmo chão que isso!”
O pesadelo pode ser você mesmo, unicórnio…
“É apenas o animal de estimação de Cavaldien, não se preocupe com ele”, Augusto confortou o unicórnio.
“Por que aquele cara tem que criar isso aí? Ah, entendo, deve estar intimidando você”. Continuou dizendo com firmeza: “Ele gosta de se comparar a você e quer tudo o que você tem. No entanto, é um homem mau e não será favorecido por um santo, puro e brilhante unicórnio, assim só pode ir ao lugar mais obscuro e encontrar esse pesadelo como montaria”, ele estremeceu: “Que miserável”
“Você está disfarçadamente me elogiando?”
“Não! Relutantemente eu concordei em deixar você montar em mim quando o vi sendo tão lamentável. Sou uma criatura tão nobre e cheia de compaixão!”
“… Ah, bem, se é você quem diz…”, o mago saltou do unicórnio.
Neste momento, Detentor do Fogo mudou de volta para sua forma humana. A área de pouso estava originalmente ocupada pelo enorme corpo do dragão gigante, agora repentinamente ficou vazio.
O pesadelo negro, ao lado, olhou para eles com frieza. Augusto ficou impressionado.
“Mago! O que está fazendo? Vamos!”, disse o dragão.
Detentor do Fogo vivia no último andar do prédio o que dava mita conveniência para voar quando quisesse sair ou entrar. Entraram pela escada de incêndio no telhado, desceram um andar e lá havia uma porta trancada na frente deles. Não havia buraco de fechadura nesta porta e sim um detector de impressão digital que controla o interruptor. Era inesperado que esses dispositivos fossem usados.
O unicórnio os seguiu. O dragão olhou para o mago: “Por que você quer que seu transporte nos siga?”
“Você vai me deixar?”, o unicórnio perguntou em horror.
“Já viu um cavalo sendo trazido para dentro de casa?”
“Não sou um cavalo! Sou um unicórnio! Você não pode generalizar! Não quero ficar ao lado daquele pesadelo! Er… quero dizer… não quero ficar do lado de fora porque o vento é tão forte e vou congelar! Além do mais, sou convidado de longe. Como você pode deixar o convidado do lado de fora?”
“Mas o unicórnio negro de Cavaldien está lá fora”
“Como pode uma criatura escura e má ser comparada comigo? E Cavaldien é psicopata, gosta de abusar de animais…”
Detentor do Fogo pensou por um momento: “O que você disse é razoável. Posso aprender com Cavaldien. Você não entra”.
Ele pressionou a digital no detector, virou ao redor e perguntou a Augusto: “Seu transporte… você o ensinou a cagar no cantinho?”
“Vou te matar, seu lagarto estúpido!”, gritou o unicórnio.
A porta se abriu. Detentor não era humilde, Augusto olhou para o unicórnio, sinalizando para ele calar a boca e o seguiu para dentro de casa. Se o Sr. Leopold, o esqueleto, tivesse visto uma sala assim, teria gritado em fúria: ‘Nouveau Riche’.
Assim que entrou no apartamento, cobriu os olhos e lamentou: “Ai, ai, ai… meus olhos!”
Seu apartamento era muito espaçoso, afinal, todo o andar era sua residência. A sala de estar à sua frente era tão grande quanto uma sala de exposições de museu. Em tal sala espaçosa, do teto ao chão, tudo era ouro brilhante, e com esse reflexo luminoso, Augusto sentiu que seus olhos estavam sendo atacados por uma cor cruel. O teto dourado tinha lustres dourador, as paredes douradas tinham molduras douradas e o piso dourado foi colocado com mosaicos grandes de prata (desta vez não era ouro, mas a prata não era muito melhor). Os sofás, mesas e cadeiras tinham uma camada de ouro. Mesmo o canto, que não era usado para decoração com plantas comuns, mas com uma flor amarela.
“Meus olhos! Estou ficando cego! Como é que alguém pode morar em um lugar assim? Quem vive aqui deve estar doente!”
Detentor do Fogo soltou uma tosse descontente: “O dono está na sua frente”
“Não consigo ver nada. Já estou cego!”
“Bem, você humanos, não têm apenas mau gosto como tem olhos frágeis. Não são as pessoas que gostam muito de ouro? Quando colocado ouro de verdade diante de seus olhos, acha que é demais? Tsk-tsk-tsk, que contradição! Diz uma coisa e faz outra”. O dragão diminuiu a luz da sala. Embora não pudesse encobrir completamente a ‘relusência’ do ouro, era menos deslumbrante.
Só então o mago se atreveu a baixar a mão que cobria os olhos. Ele murmurou: “Cavaldien tem a coragem de viver em um lugar como este? Eu o admiro agora…”
Uma voz familiar veio de dentro: “Fico feliz em saber disso, meu amigo”
O sofá, com as costas para Augusto, também dourado, se não era feito de ouro, ao menos era feito de alguma liga. Como o sofá era dourado e o cabelo do homem era dourado, o mago, no início, falhou completamente ao perceber que havia uma pessoa sentada ali.
O homem se levantou e se virou para Augusto.
“Não vou dizer ‘bem-vindo ao meu humilde lar’, afinal, esta sala não é humilde de jeito algum”. Disse com um sorriso.
“Cavaldien!” Augusto cerrou os dentes.
A idade do outro era quase a mesma que a dele, mas talvez por que Cavaldien tinha atribuído grande importância à sua aparência e Augusto sempre negligenciava, parecia alguns anos mais jovem.
Em comparação com a última vez que se encontraram, seu rosto permaneceu o mesmo, com cabelos loiros brilhantes, casualmente caídos sobre os ombros, bochechas magras com contornos profundos, mandíbula definida, lábios finos que mostravam um certo cinismo. Estava vestido com uma túnica preta bem cortada e em sua mão direita estava apoiada uma bengala fina – não porque perseguia maneiras cavalheirescas ou deliberadamente mostrava sua identidade de um grande feiticeiro, mas porque uma de suas pernas mal funcionada e precisava contar com isso para apoiá-lo.
“Bem-vindo ao meu humilde lar! Está é a minha casa! Não fale como se fosse o mestre!”, gritou o dragão: “Mas você não vai ficar aqui por muito tempo: eu trouxe esse grande mago. Diz-se que ele é o único que pode conter você”. O jovem dragão olhou para a perna direita de Cavaldien: “Ouvi dizer que essa sua perna foi desativada por ele, não? Então, tenho a pessoa certa!”
“Er… escute bem… é um mito. A verdade não é o que você está pensando…”, Augusto estava suando.
Cavaldien, apoiado em sua bengala, colocou seu peso sobre ela: “Há uma verdade nisso. Se Augusto tivesse aprendido melhor feitiços de cura, eu não teria ficado assim para toda a vida”
“Eu queria que você tivesse saído da corrida! Como pode me culpar?”
“Como posso suportar sua culpa? Meu amigo, é tudo minha culpa ambiciosa e, claro, paguei um preço por isso”.
Cavaldien ergueu o canto da boca, a luz fraca em seu rosto, lançando uma sombra escura em seus contornos.