Telling a ghost stories at my ex-boyfrend's wedding - Capítulo 10 - Fogos de Artifício
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- Capítulo 10 - Fogos de Artifício
124.
Su Yu se virou, sem dizer uma palavra, e foi pegar o kit de primeiros socorros. Eu apenas toquei minha redonda e dura volta do crânio, completamente envergonhado.
Quando voltou, tudo tinha voltado ao normal. Ele veio direto dar tapinhas em minha cabeça, daí disse que haveriam fogos de artifício às margens do rio esta noite, perguntando se eu queria ir vê-los.
Parei por um momento, depois acenei que sim.
125.
A noite, vesti minha própria roupa especial: uma peruca, chapéu, óculos escuros e luvas. Com isso, estava completamente equipado.
Su Yu riu quando me viu e eu podia perceber o que esse cachorro estava pensando. Belisquei sua cintura e cravei meu dente nele com raiva. Suas sobrancelhas se arquearam, levantou ambas as mãos e colocou uma máscara em meu rosto, certificando-se de que se ajustava confortavelmente.
Então começou a gargalhar com sua risada de cachorro ainda mais alegremente.
126.
Hoje é o sétimo dia da minha morte. Pensei por um bom tempo o que deveria fazer nesse dia crucial e essa atividade noturna de hoje é, ao menos, a escolha adequada. Justamente pelo fato de nosso primeiro encontro ter ocorrido também durante uma apresentação de fogos de artifício.
Pode se considerar o fechamento de um ciclo.
Eu não havia pensado em com dizer essas coisas a Su Yu, nem mesmo pensado nas minhas escolhas ainda.
Depois que saí, naturalmente, minhas vestimentas se tornaram o foco de todos na rua mais uma vez, mas por causa do homem lindo ao meu lado estar muito calmo, as pessoas que passavam consideraram que eu fosse um artista performático e não se preocuparam em me encarar por muito tempo.
Caminhamos pela margem do rio como fizemos inúmeras vezes, ocasionalmente parando em barracas pelo caminho, passando pelo ambiente cheio de pessoas. Como um dos casais mais comuns, em uma noite comum, andando de maneira comum, esperando por uma simples apresentação de fogos.
Quando alguém cumprimentou Su Yu, eu estava babando por um prato de lula em uma barraca de comida. Ele se virou e avistou dois conhecidos. Aqueles dois eram nossos amigos em comum. Normalmente bebíamos juntos enquanto jogávamos conversa fora.
Eles em os primeiros a querer estar na frente da carruagem dos noivos no caso de Su Yu e eu nos casarmos. Não havíamos nos visto já há algum tempo, então eu estava muito cordial.
Quis sorrir, mas não podia fazer o menor som, assim apenas fiquei lá em pé, parado. Olharam para mim como se fosse um monstro, mas não ousaram expor isso tão claramente. Viraram para Su Yu depois de me dizerem uma ou duas palavras.
Su Yu: “Vocês vieram juntos para ver os fogos?”
Amigo A: “Como assim viemos para ver os fogos? Ele acabou de partir. Hoje e o sexto ou sétimo dia. Como poderíamos aproveitar em um momento desses?”
Amigo B: “De fato, me sinto terrivelmente desconfortável em meu coração nesses últimos dias que passaram, então não posso sair para me divertir.
He-He, eram realmente amigos verdadeiros.
Amigo A: “E você? Porque está aqui?”
Su Yu: “Eu…”
Amigo B: “Ei, ele foi atingido brutalmente por toda essa situação. Agora, definitivamente, não consegue ficar em casa e relaxar. Lao Su, as pessoas não podem simplesmente voltar à vida normal depois de uma morte. E melhor mesmo sair um pouco de casa para distrair um pouco”.
Su Yu: “Eu…”
Amigo A: “Certamente, é uma situação difícil. Você precisa da nossa companhia? À noite, podemos montar guarda cuidando de você. Ficando sozinho em casa e vendo sempre os pertences dele vai apenas aumentar a sua dor. É melhor estar na compania de outras pessoas…”
Su Yu interrompeu: “… Ok, entendi. Não me atrasem para assistir a queima dos fogos”.
Amigos A e B: “!!!”
Amigo A olhou para ele como se estivesse duvidando da sua vida: “… para que mesmo você disse que veio aqui?”
Su Yu repetiu calmamente: “Para assistir a queima de fogos”.
Amigos A e B: “???”
O Amigo B também estava um pouco atordoado. Na tentativa de deixar a atmosfera um pouco mais suave, finalmente se lembrou que havia alguém (!) ao lado deles, então rapidamente perguntou a Su Yu: “Quem é esse? Não vai nos apresentar?”
Aquele cachorro me deu uma olhada e parou por dois segundos: “Meu novo amor”.
Amigos A e B: “!!!!!!!!!!!?????????”
A expressão em seus rostos era incrivelmente maravilhosa.
127.
Amigo A deu uma risada forçada por duas vezes: “Bem… isso é bom… quero dizer… ouvi que você havia até mesmo buscado por algum mestre invocador de almas e estava realmente preocupado. Agora que você o superou tão rápido… pesando bem… é bom também”.
Amigo B também estava um pouco constrangido: “É… de verdade, é sim. Continue seu passeio, nós já vamos indo”.
Su Yu parou os dois: “Não vão ainda. Vocês realmente precisam estar aqui esta noite”.
Não falando apenas dos nossos amigos, eu também estava um pouco confuso.
Su Yu baixou suas mãos e pareceu que havia mudado de ideia: “Não importa. Queima de fogos são raras. Vamos sair depois de assistir, ok?”
Nossos amigos trocaram olhares e acenaram com a cabeça e confusão.
128.
Quando o show começou, quatro pessoas estavam em pé, distante da multidão. Su Yu e eu estávamos parados perto de uma grade. Ele me abraçou por trás e perguntou em meu ouvido: “Você gosta?”
Os fogos de artifício maravilhosos explodiam um atrás do outro no céu da noite e a superfície do rio refletia suas cores brilhantes. Era tão bonito quanto deslumbrante.
Estava em um humor muito complicado e acenei com a cabeça.
Su Yu sorriu e disse: “Então vamos depois de assistí-los”.
Fiquei petrificado.
Esse cara continuou dizendo em meu ouvido: “Hoje é o sétimo dia. Sei melhor do que qualquer um”.
129.
Minha boca se moveu, mas não conseguia dizer nada.
Então ele continuou: “Sabe porque o sétimo dia é tão especial?”
De acordo com os costumes esse dia é chamado de ‘noite do retorno da alma’, o que indica que é o dia em que a alma volta para casa. A família deve preparar comida para a alma do morto e quando estiver tudo pronto, devem esconder-se em uma colcha na cama. Caso contrário, a alma não entrará na casa se vir a família e isso irá atrasar sua reencarnação.
Su Yu: “Mas eu não quero que você simplesmente vá embora. Se for assim, como você se lembrará de mim na outra vida?”
Eu me movi, querendo dizer que de fato não precisava partir. Sempre haverá uma maneira para ajustar a influência de um fantasma em uma pessoa viva. O grande dilema era se teria que ficar longe dele ou poderia vigiá-lo à distância, visitando-o de tempos em tempos?
Levantou sua mão e bateu na minha cabeça, dizendo: “Esta pensando em coisas irracionais? Agindo como se fosse um idiota, certo?”
Fiz uma carranca e queria mesmo argumentar contra isso.
Su Yu me abraçou ainda mais apertado: “Eu nunca pensei em mantê-lo. Está tudo bem viver como o Mestre Daoista, mas… não posso permitir que seja um fantasma para sempre.
Fiquei surpreso.
Ele continuou: “Eu não estaria satisfeito sabendo que você está ao meu lado mas não conseguindo vê-lo ou tocá-lo. Isso me deixaria louco”.
Agora fiquei mesmo confuso.
O que ele estava tentando dizer? Não aceitaria viver dessa forma então quer se separar definitivamente? Qual o sentido de tudo isso?
Houve uma imensa explosão de cores no céu e o ar ficou cheio de exclamação das pessoas ao redor. Nessa maravilhosa e psicodélica luz, Su Yu colocou sua mão no bolso e pegou um anel de diamantes.
“Sendo assim, vamos nos casar”, disse ele.
130.
Minha mente ficou em branco.
Não houve pensamentos, ações, justamente como um esqueleto, fixado naquele lugar. Su Yu continuava me cercando por trás. Depois de um tempo, levantou minha mão esquerda e colocou o anel em meu dedo, sobre a luva.
“Aqui temos queima de fogos, anéis de matrimônio, eu e você, dois amigos como testemunhas. Esse é nosso casamento”.
Respirou um momento e continuou: “Você gosta?”
Fiquei em silêncio por um tempo e, em seguida, acenei.
Assim, Su Yu deu um sorriso.
131.
Eu também queria rir um pouco. Houve um momento na minha vida – ops, na minha morte – em que corri de volta da Ponte Naihe para fazer a maior algazarra na celebração de Su Yu, mas na verdade acabei vindo para meu próprio casamento.
Desde que esse é meu proprio matrimônio, bem… esqueça, é outra história.
132.
Su Yu deixou escapar um suspiro de alívio: “Finalmente consegui laçar você. Muita sorte que não foi tarde demais”.
Olhei para ele com suspeita.
Ele sorriu: “Você é agora um fantasma compromissado, então não tem permissão para sair por aí com outros fantasmas. Que sua reencarnação ocorra bem, lembre-se de mim e espere por mim para encontrá-lo na outra vida”.
Ouvindo a voz preguiçosa de Su Yu, sabia que era apenas uma fantasia idealizada. Estava um pouco triste, mas acenei à minha maneira.
133.
Um sino tocou uma vez e o som vinha do horizonte. Era meia-noite.
Meu olhar passou pela multidão e foi então que eu vi o Grande Irmão olhando para mim à distância, seu olhar cheio de compaixão em seu rosto sorridente.
Uma última explosão clareou o céu da noite, colorida e maravilhosa.
Su Yu olhou para mim naquela noite escura com olhos teimosos. Mesmo com o final da queima de fogos e apenas restando a escuridão noturna.
Ainda mantinha sua postura de abraço, mas as coisas em suas mãos já não tinham mais suporte e não eram mais do que uma pilha de objetos sem vida.
Essas roupas nunca mais ficariam em pé novamente.