Telling a ghost stories at my ex-boyfrend's wedding - Capítulo 3 - Contato Espiritual
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- Capítulo 3 - Contato Espiritual
28.
As lindas sobrancelhas de Su Yu se franziram quando acordou na manhã seguinte. Sua expressão estava especialmente complicada quando ele olhou para o esqueleto na parede.
Levantou suas mãos e esfregou entre a testa, incerto se aquilo tudo tinha sido um sonho ou se realmente desmaiou depois de ser esmagado com o travesseiro pelo esqueleto.
Se aquilo tinha sido real, o quão ressentido estava aquele esqueleto?
29.
Su Yu baixou suas mãos e olhou mais uma vez para Xiaobai. Era óbvio que permanecia na mesma postura de antes, mas ele sentiu que aqueles ossos em seu rosto tinham uma certa… arrogância.
30.
Humph!
31.
Quando o telefone tocou, era um número familiar. Su Yu esfregou as sobrancelhas e atendeu o telefone. Do outro lado da linha, uma voz amiga pôde ser ouvida. A voz suspirou antes de falar: “Encontrei a pessoa pela qual você procurava”.
Su Yu disse “tudo bem” e agradeceu a pessoa.
A pessoa do outro lado hesitou por um momento: “Você ainda tem que acreditar na Ciência”.
A voz de Su Yu era calma: “Mas é claro que acredito na Ciência. Acredito que essa pessoa a quem procuro possa ser tão científica a ponto de expor sua alma para mim”.
32.
… Expor sua alma?
33.
Expor alma? Seria incrível? Su Yu estava entre os “top 3” nas matérias de matemática, física e química quando estava no colégio. Penso eu que ele acredita mesmo na Ciência. Agora esse cara se tornou um caçador de alma? Qual é o procedimento para uma invocação? Por acaso alguém irá entoar e dançar no meio da minha casa enquanto veste uma máscara e segura um sino?
Meu esqueleto quis gritar. Os Grandes Deuses me forçariam a apontar para Su Yu e ordenar: Se você tem algo a dizer, diga agora. Então minha mandíbula inferior se moveria e eu daria a Su Yu um envergonhado mas educado sorriso.
(He-he-he) Que surpresa!
34.
Era tão bonito pensar nessa cena.
35.
Ele desligou o telefone. Parecia que o assunto havia sido acordado. A tarde, o mestre viria à minha casa.
Eu não queria ver Su Yu nesse estado e estava também preocupado com como ‘escapar’ desse esqueleto. Aquele pequeno demônio colocou sua cabeça através da parede e deu tapinhas em meu ombro: “Porque esta tão preocupado? Oitenta por cento dessas pessoas são vigaristas. E muito difícil achar alguém com talento genuíno”.
Olhei para ele: “Encontrou algum jeito de como eu faço para sair daqui?”
Pequeno Demônio: “Não”.
Eu: “Então voltou aqui pra que?”
Pequeno Demônio: “Para assistir todo o acontecimento”.
Eu: “Desapareça”.
36.
O pestinha não veio com nenhum jeito de me fazer sair do esqueleto de forma permanente, apenas podia sair por algum tempo. Afirmou que era uma solução ensinada por um mestre daoísta.
O pequeno demônio e eu estávamos sentados na janela, balançando nossas pernas, olhando para o lado de fora e encarando os altos prédios. Ele me deu um pote de sorvete, especialmente feito para fantasmas. Assegurou que havia conseguido isso com o mesmo mestre daoísta.
Eu achava que mestres daoístas e fantasmas eram inimigos, mas o pequeno demônio afirmou que Fantasmas e Mestres Daoístas podem também ser amigos. Sem contar que há muitos e muitos fantasmas pelo mundo, como podem todos ser combatidos?
Aquilo fez sentido. Vivendo e aprendendo.
Oh, não. Deve ser aprender até a morte ou talvez continuar aprendendo até na morte.
Provei o sorvete de chocolate, que era até um pouco doce. Su Yu havia me proibido de comer esse tipo de coisa, dizendo que faria mal para minha saúde.
Perguntei ao pequeno demônio porque não perguntou sobre uma solução definitiva (para meu caso). Era o momento de retornar ao ‘meu esqueleto’.
O moleque zombou e disse que era sem sentido. A raiz do problema estava comigo. Se você tem obsessões, essas obsessões irão te puxar para as coisas mais próximas. E difícil se livrar disso.
Acenei com a cabeça. Reconheci que deveria ter preparado uma boneca inflável para mim mesmo. Até porque, nesse caso, eu poderia ser capaz de fazer ao menos algum som.
O pequeno demônio se recusou a comentar. Suspirei, lamentando a falta de previsão antes de morrer. Entretanto, nem todo mundo tem uma obsessão. Caso contrário, fábricas de bonecas infláveis abririam parcerias com fábricas de caixões.
Tentei refutar essa sua observação: ainda há alguns dias. Não estarei mais obsessivo com isso depois que passar o casamento; daí estarei liberado.
Por um breve momento, o outro olhou para mim e curvou seus lábios: “Que bobagem? Quem acreditaria em você?”
E reagiu novamente um momento depois: “Nem mesmo fantasmas acreditariam nisso!”
38.
Eu: “Acredite se quiser. Enfim, minha obsessão é apenas com esse casamento. Não estaria bravo se ele tivesse esperado pelo menos um mês antes de se casar”.
O pequeno demônio tomou um pouco do sorvete: “E fácil pra você falar, mas obsessões não são fáceis de se dispersar. Alguns fantasmas permanecem nesse plano por centenas de anos como resultado de suas obsessões”.
Perguntei: “Há quanto tempo você está aqui?”
Ele balançou sua cabeça e disse: “Não consigo nem me lembrar. Devem ser duzentos ou trezentos anos”.
“Qual e a sua obsessão?”
Respondeu, inclinando sua cabeça: “Não me lembro”.
Pensei um pouco e perguntei: “Será aquele mestre daoísta?”
Ele ficou em silêncio por um longo tempo. Tomou mais um pouco de sorvete e respondeu por fim: “Sim”.
39.
Como prometido, o mestre chegou aquela tarde, com o amigo de Su Yu ao lado.
Su Yu é educado com relação aos outros, mas nunca entusiasmado. Aquela pessoa olhou para ele com uma expressão preocupada. As palavras ‘amigo, esta tudo bem?’ estavam amplamente estampadas em sua cara, mas Su Yu não percebeu isso.
O mestre estava vestido com uma túnica chinesa e segurava em suas mãos um grande cordão de contas de Buda. Foi direto ao trabalho logo depois de uma rápida conversa inicial. Perguntou por coisas que eu usava frequentemente depois de dar algumas voltas pela casa, daí fechou seus olhos e murmurou algumas palavras. Eu estava extremamente nervoso.
Realmente serei invocado? O que eu deveria dizer para Su Yu, hein? Grande irmão, espero que você esteja indo bem desde nossa última conversa? Ou, melhor ainda, perguntar por um convite de seu casamento.
É muito estranho.
40.
Estava voando pela sala nervosamente. Depois de ouvi-lo um pouco, o pequeno demônio ficou entediado e sentou-se acima do esqueleto, mordiscando seu sorvete. Estava chateado porque não havia nada de interessante para assistir.
Eu perguntei porque ele não respeitava aquele mestre, mas antes mesmo de eu terminar de falar, notei que o mestre suspirou e colocou abaixo as contas. Depois, com uma expressão incompreensível, falou em um tom como em uma Corte Oficial: “Eu o rastreei. O que você gostaria de dizer para ele?”
41.
Fiquei mais nervoso ainda e inconscientemente fiquei entre o mestre e Su Yu.
O que Su Yu me perguntaria? Como as coisas estão sendo para mim depois da morte? Você quer vir para meu casamento? Poderia me conceder uma longa vida depois de tudo?
Su Yu pausou por um momento antes de perguntar calmamente: “Pergunte a ele sobre a senha do cartão de crédito”.
42.
Eu: “!!!”
Vá se foder!