Yeho - Capítulo 18
Estava apenas sentado e olhando para uma sala escura. Não sei quanto tempo se passou, mas já era noite. Parece que ele está voltando depois de seus assuntos de governo porque lá fora já está bem tarde. Encarei a porta pela qual ele entrou quando a empregada abriu.
“Yeho?”. Ele me olhou surpreso: “Você não ficou mais tempo no Palácio de Cerca de Flores?”
“Já mandei minha irmã embora, Sua Majestade”.
“Porquê? Vocês acabaram de se reencontrar”.
Andou até mim com curiosidade. Seu rosto limpo e sua túnica o deixavam lindo. O jovem Imperador é muito bonito, forte e precioso. Estava prestes a sorrir olhando para aquele rosto, mas não o fiz.
“Yeho?”
“Você disse a eles para se tornarem provedores reais?”
“…Ah…”. Ele fez um rosto problemático: “Disse a eles para não te contar. Sua irmã deve ter dito isso”.
“Sim”.
“Não é algo que deve se preocupar. Cabe a eles. Realmente acho que é uma boa ideia. Ouvi dizer que há um grande lucro sendo um provedor real”.
“Sim, eu ouvi o mesmo. Porque tem um grande lucro, apenas grandes comerciantes se tornam provedores reais”.
Ele suspirou ao ouvir meu tom afiado: “Sabia que você não gostaria disso. Foi por isso que pedi para não te contar”.
“Sua Majestade”. Eu não aguentava mais e me levantei: “O comércio da minha irmã nem é grande entre os mercadores do pequeno reino de onde somos. Como podem se tornar provedores reais?”
“Porquê não? É só pagar adiantado e comprar os itens. Qual é a diferença entre grandes comerciantes e os pequenos? Eu vi o marido dela; parece que é um bom homem e tem algum talento”.
“Você quer me fazer sair desse Palácio?”. Eu finalmente disse isso.
Seus ombros congelaram: “Do que você está falando?”
“Se um pequeno comerciante de um pequeno reino se tornar provedor real, as pessoas irão dizer que é por causa de favoritismo. Sou a única concubina de um pequeno reino e não seria eu a concubina privilegiada? Sabe que vai sujar sua reputação se as pessoas disserem daqueles que se tornaram provedores graças ao meu poder?”
“Não é com isso que você deve se preocupar”. Seu tom severo fez meus ombros abaixarem: “Essa palavra de novo?”
“É minha irmã. Não a deixe se envolver nessa bagunça. São pessoas boas e ela veio até aqui todo o caminho por que estavam preocupados comigo. Eles não vieram aqui por qualquer tipo de benefício”.
“Eu sei”.
“Não deveria ter feito isso se soubesse. Deixe-os viver como se nunca tivessem existido. Eu disse isso a ela, que apenas esqueça esse irmão. Viva confortavelmente e ela até concordou, como se estivesse esperando por isso. Ela disse sim sem qualquer hesitação. Seu marido não é diferente dela”.
Ele não disse nada.
Suspirei: “Sei que você a chamou porque eu parecia solitário”.
Ele olhou para mim.
“A chamou porque eu poderia me apegar a esse lugar e não pensar mais em fugir se minha irmã estiver aqui, certo?”
“Sim”.
“Eu não posso nem fugir. Já me viu saindo de qualquer parte do interior deste Palácio? Apenas deixe minha irmã e seu marido em paz”.
Depois que eu disse isso, ele apenas murmurou baixinho para si mesmo: “… Você ainda não disse que não vai fugir…’
Baixei silenciosamente minha cabeça depois de ouvir isso.
Ele suspirou, veio até mim e segurou meu queixo para cima: “Certo. Eu entendi. Vou fazer o que você quiser”. E ele beijou suavemente meus lábios.